quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

20 Coisas a não fazer para investirmos mais dinheiro

Como já disse anteriormente noutros posts, quanto mais dinheiro conseguirmos poupar, mais capital temos para investir. Neste post vamos falar sobre algumas coisas que não deveremos fazer para termos mais capital para investir.

  1. Não tenham inveja dos investidores de Hedge Funds;
  2. Não paguem os cartões de crédito com uma percentagem inferior a 100%;
  3. Não confiem em gestores de contas;
  4. Não se esqueçam que, com um retorno maior o risco também é maior;
  5. Não comprem uma casa se pensarem em vender nos próximos 5 anos porque mudaram de cidade;
  6. Não invistam 100% em acções ou obrigações, diversifiquem;
  7. Não comprem seguro de cancelamento de viagem;
  8. Não comprem Ofertas Públicas de Subscrição (Conhecido como OPA, IPO, ou OPS);
  9. Não façam trading de ETF's;
  10. Não comprem nenhum ETF's com uma despesa anual superior a 0,50%;
  11. Não assumam que são mais espertos que o mercado;
  12. Não invistam em acções com base nas escolhas dos vossos familiares, da TV ou do vosso e-mail;
  13. Não comprem uma extensão de garantia;
  14. Não façam day-trade;
  15. Não comprem uma casa maior do que as vossas necessidades;
  16. Não se esqueçam da inflação;
  17. Não invistam com base em performances passadas, na esperança que se repitam no futuro;
  18. Não invistam dinheiro que não possam perder;
  19. Não esperem que as acções rendam 10% ao ano, mesmo no longo prazo;
  20. Não emprestem dinheiro aos vossos familiares se necessitarem dele.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

O Mercado Global no Mapa

Nunca deveremos deixar de prestar atenção ao mercado global. É no mercado global que as eficiências dos bens e serviços se notam mais. Em 2015 o mercado global transaccionou mais de $15,6 biliões. O mapa deste link representa as transacções do mercado global, onde cada ponto representam $1000 milhão.
O mapa é interactivo, podendo até carregar num determinado país para ver só as transacções entre esse país com outros países. Mas, afinal, o que nos mostra esse mapa?

Como podemos imaginar das 3 maiores economias do mundo, o mapa mostra que os fluxos monetários entre os EUA, China e Alemanha são aqueles que saltam mais à vista. A Alemanha, apesar de fazer parte da União Europeia tem a economia mais forte. A Alemanha é o país da UE que mais exporta.
Em relação aos EUA, podemos observar que os fluxos monetários entre estes países estão quase nulos. A balança comercial de bens não representa nada os dados usados por Donald Trump (o que é de esperar). 
Mas, mais do que os EUA, temos a China. A China importa $1,9 biliões e exporta $2,1 biliões. Como devem já ter compreendido, a China é o país com mais fluxos monetários. Vejam a China no mapa:

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Como Ler Notícias Financeiras

Tinha aqui guardado um artigo do CFA Institute que eu vos gostaria de falar. Hoje venho dar-vos algumas dicas de como ler notícias financeiras. Dicas essas que foram dadas por gestores de carteiras.

Infelizmente, quando se gere uma carteira, os gestores recebem na sua plataforma Reuters todo o tipo de notícias financeiras. É mais fácil olhar para as notícias todas, e ir para uma reunião informado sobre as novidades mais recentes, que usar esse tempo para procurar conteúdo melhor. O próprio artigo aborda o tema das fake news e sensacionalismo, tema esse que está enraizado nos media portugueses. O artigo até fala de blogs de investimento como este, em que critica a forma como o escritor simplifica e depois exagera, entupindo a Internet de artigos sem conteúdo.

O artigo fala, então, das melhores práticas para ter a certeza que a nossa leitura está a ser produtiva.
  • Procurem quem tem a opinião contrária: Não é bom ler apenas quem concorda connosco. Temos também de saber entender o outro lado, de forma a construirmos a nossa opinião da forma mais isenta e racional possível;
  • Questionar a Narrativa: Os jornalistas estão sob constante pressão para lançarem as notícias o mais cedo possível, e existe a possibilidade de existirem erros graves que comprometam a informação;
  • Respeitem os dados: Os dados não mentem, mas os comentários podem ocultar a parte dos dados que não convém divulgar. É por isso que deveremos respeitar a matemática, que é sempre isenta;
  • Evitem jornalistas partidários: A agenda política pode-se sobrepor à informação real e isenta. Temos de ter muito cuidado ao confiar na informação de um jornalista com partido, dado que o mesmo pode favorecer um partido a outro (exemplo do José Gomes Ferreira que "adora" as políticas do PSD);
  • Artigos científicos: É muito importante ler vários artigos científicos sobre o mesmo tema. Normalmente os artigos científicos são isentos, mas diferentes amostras podem conduzir a conclusões e resultados completamente diferentes;
  • Política: Saber os resultados das eleições e saber os partidos que entram no governo é muito importante. Existem gestores de carteiras que usam essa informação para ter um avanço relativamente aos outros, dado que o governo é quem comanda a economia;
O artigo termina com alguns websites mais interessantes que, de acordo com a opinião do leitor, deverá seguir aqueles que gostar mais. Estes websites não só poupam tempo como também nos poderá ajudar a fazer decisões de investimento mais racionais no futuro.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Estará a Gestão Ativa condenada?

O aumento do interesse por parte dos investidores leva-me a falar sobre este assunto mais vezes no futuro, mas antes tenho de fazer uma introdução sobre a Gestão Ativa nos dias de hoje.

A Gestão Ativa nos dias de hoje:

A Gestão Ativa tem como premissa bater um determinado índice. O Alfa (indicador já visto no outro post sobre a leitura de fundos de investimento) é o indicador que mais interessa para o gestor Ativo. Existe um interesse muito grande em ter um Alfa positivo, pois isso traduz-se que o Gestor Ativo conseguiu ter um retorno superior ao retorno do índice.

No entanto, ter um Alfa positivo está cada vez a ser mais difícil. Em 1997 existiam 7355 acções americanas. Hoje em dia existem menos de 3600. A dificuldade acrescida em fazer um IPO (Initial Public offering), o aumento de Business Angels e as OPA (Oferta Pública de Aquisição) a algumas empresas está a diminuir a oferta de acções a negociar todos os dias.
Para além de tudo o que já foi dito, ainda existe o facto dos fundos de gestão passiva não conseguirem bater o índice, quando contabilizarmos o risco acrescido e as comissões cobradas.

A Oferta da Gestão Passiva:

Os ETF's e outros produtos de Gestão Passiva estão a inundar o mercado. Sem promessas de bater o índice, e com a garantia de custos baixos, muitos investidores estão a virar-se para este tipo de produtos.
Em 2016 os investidores retiraram cerca de $285,2 mil milhões dos fundos de gestão ativa e compraram $428,7 mil milhões de fundos de gestão passiva.

Notas Finais:

A Gestão Passiva veio para ficar. Os investidores estão cada vez mais inteligentes e começam-se a aperceber que a gestão passiva é a melhor forma de gerirem os seus portefólios.
Podemos, no entanto, observar que existem mais fundos de gestão passiva que acções. Teremos de esperar pelo próximo crash para vermos que impacto esta gigante oferta de fundos de gestão passiva tem no mercado.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

25 Anos de Recuperação do Mercado?

No último dia de Novembro decido recuperar um mito que aparece quando o mercado está a descer. Com a descida do mercado o medo dos investidores começa a subir proporcionalmente, com alguns cépticos a lembrarem-se dos 25 anos de recuperação na crise de 1929. Mas será isto verdade?

Este gráfico, retirado do histórico do DJIA (Dow Jones Industrial Average) revela que realmente demorou 25 anos para este índice voltar aos preços de 1929. A crise de 1929 e outros eventos macroeconómicos gerou o pânico nos investidores, mas vamos ver os dados para ver se é mesmo verdade.
O próprio New York Times dissecou os dados para nos dar a realidade. Afinal não demorou 25 anos, mas sim pouco mais de 4 anos para o mercado recuperar. Este artigo indica que, um investidor que entrou no mercado em 1929 recuperou o seu capital pouco depois de 1936, ou seja, menos de 4 anos e meio do crash. Houve factos que os cépticos decidiram ocultar. Como? Isso é o que vamos ver.

Deflação

A deflação ocorre quando os preços de um determinado conjunto de bens desce com o tempo. Como os preços descem o nosso dinheiro vale mais. Os consumidores estão habituados à inflação, que é precisamente o oposto.
A grande depressão de 1929 causou que os preços diminuíssem com o passar do tempo. De 1929 a 1936 verificou-se que os preços baixaram mais de 18%!

Dividendos

Os dividendos foram bastante elevados durante a década de 1930. Com o DJIA a valer 41,22$, as empresas davam um dividendo de 14%. Se o investidor reinvestisse estes dividendos, o período de recuperação teria sido muito mais rápido. Como é óbvio os dividendos não foram considerados no período de recuperação do índice.

DJIA vs. o Mercado

Muitos economistas consideram o mercado como um todo na sua análise. O índice DJIA apresenta muitas limitações, infelizmente. Uma das maiores limitações é o facto deste índice considerar os preços e não a capitalização de mercado das acções dentro do índice. Essa limitação traz consequências, como a retirada da IBM do índice. A IBM foi uma das acções com o melhor desempenho na década de 1940. Infelizmente o DJIA não a tinha em carteira nessa altura, e o índice não recuperou tanto como poderia ter recuperado, graças a essa retirada.

Notas Finais

Esta informação dada pela Ibbotson Associates (uma divisão da Morningstar) indica que esta recuperação foi muito rápida. Se tivermos em conta que o mercado perdeu 80% do valor no crash de 1929, o período de recuperação foi até bastante generoso para os investidores. Quem não acredita pode ficar de fora, mas é preciso ter em conta que o mercado sempre recuperou dos seus deslizes.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O que é o Formulário W-8BEN?

Não sei se já viram este formulário muito feio em inglês, mas fiquem sabendo que este formulário feio pode trazer muitos benefícios para a vossa carteira de investimentos. Acredito que todos os investidores tenham alguma participação no mercado norte americano. Ter em carteira uma empresa que é mais velha que nós, que nos dá um dividendo interessante e que está presente em todo o mundo é um sonho para muitos investidores.
O Dividend Yield das empresas americanas é muito interessante, como podem ver pela imagem em cima. Para além dos novos investimentos crescerem com a diferença de preços, também temos a possibilidade de receber dividendos! Mas, e os impostos?
Como somos cidadãos Portugueses e as empresas estão sediadas nos EUA, estamos em risco pela dupla tributação internacional. Este palavrão significa que vamos ser tributados na sede da empresa e no país onde residimos.
Assim, qualquer investidor que compre acções da Apple vai ser taxado em 30% nos EUA e volta a ser taxado em 28% assim que o dividendo entra na nossa carteira. Uma taxa de 58% arrasa com o nosso rendimento e objectivos. Nos casos em que os bancos ou brokers não têm um formulário W-8BEN, alguns investidores optam por vender a sua posição antes do dividendo e voltar a comprar depois do dividendo ter sido pago, para não ser arrasado nos seus rendimentos.

Formulário W-8BEN

Mas os governos dos dois países repararam que esta dupla tributação não iria aliciar investidores de investirem tanto nos EUA como em Portugal. Por isso os dois governos assinaram um acordo para evitar a dupla tributação, disponível aqui.
Este acordo de dupla tributação reduziu a taxa que oa EUA cobram pelos dividendos, que passou de 30% para 15%. Ainda assim os Portugueses não se livram de pagar uma taxa local de 28% sobre os dividendos recebidos. Ou seja, no total chegamos a uma carga fiscal de 43%, elevada mas melhor que 58% antes do acordo de dupla tributação.
Nem todos os brokers Portugueses têm este acordo. A DeGiro, o Banco Invest e o Banco Best têm este acordo, que o investidor deve assinar o mais rapidamente possível, caso esteja a pensar em transaccionar títulos Americanos.

Como Evitar os 15% de Tributação

Não é possível com acções, mas com ETF's o caso é diferente. Existem ETF's americanos que reinvestem os dividendos recebidos dos títulos em carteira. Apesar da taxa de gestão ser um pouco mais elevada (0,10% para 0,50%), os dividendos entram para as contas do ETF. Ao compararmos os dois ETF's (o que distribui dividendos com o que acumula) podemos observar que o preço do ETF que não distribui dividendos é maior. Ao vendermos o ETF em carteira somos apenas tributados pela mais valia em Portugal, não sofrendo qualquer imposto nos EUA.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Primeiro Semestre de 2017 - O que rendeu mais?

Depois de passarmos o primeiro semestre de 2017 convém sabermos que ativos rendeu mais. Apesar dos investidores passivos não ligarem a esta tabela, outros investidores mais ativos ou com riscos superior poderão achar interessante este artigo. Vamos lá!

Sectores

Podemos ver que, no global, a maioria dos sectores tiveram ganhos bastante interessantes no ano de 2017. O sector dos materiais básicos é dos poucos sectores a ter um desempenho negativo, explicado pela conjuntura económica que se vive no mercado.
Mas, apesar de quase todas as carteiras apresentar um desempenho positivo, existe ainda um "novo sector" que apareceu no mapa de todos os investidores.

Criptomoedas

Em 2013 todos os investidores se devem recordar do aparecimento do Bitcoin nos mass media. Em todos os jornais, revistas, televisão e rádio falavam sobre o Bitcoin e as razões que ia levar a moeda a crescer até à lua.
Tão rapidamente as notícias apareceram como rapidamente desapareceram. Depois do crash todos se esqueceram de como estavam errados na sua previsão poucos dias antes. Infelizmente esta foi uma situação normal, dado que o Bitcoin não está regulado. O Bitcoin está sujeito a uma volatilidade que não é adequada para todos os corações.
Mas passamos para 2017 e voltamos a ver a mesma situação.
Ao compararmos o Bitcoin e o Ethereum com os investimentos convencionais, podemos ver uma diferença abismal. Mais uma vez, como o Bitcoin e o Ethereum não estão regulados, este tipo de investimentos apresentam uma volatilidade muito acima do normal quando comparados com a volatilidade de uma acção.
Muitos investidores continuam a acreditar no Ethereum e no Bitcoin. O mass media também acredita fortamente na valorização desta classe de ativos, e todos dizem que estas moedas vieram para ficar. Mas será mesmo assim? Então e o Euro e o Dólar? Então e o nosso futuro com estas moedas? Muitas questões continuam no ar e, como não é possível avaliar o Bitcoin da mesma forma que se avaliam empresas ou títulos de vida, continua-se a desconhecer qual é o preço justo destas moedas.

Especulação com as Criptomoedas

Basta consultar qualquer fórum sobre estas moedas para ver a quantidade de especuladores que, numa base diária, perguntam qual é a melhor moeda para investir. A ganância está a conquistar o sentimento de mercado, e em momentos de ganância significam momentos de medo para os investidores cientes do que estão a fazer. Por enquanto o preço vai subindo, e os investidores continuam bastante felizes com os ganhos que vão tendo, mas é uma incógnita até onde é que isto vai durar.
O Bitcoin já ultrapassou uma capitalização de mercado superior a $100 mil milhões de dólares em Junho, como podem ver aqui. Nesse mesmo mês o Ethereum já caiu mais de 20%, com alguns especuladores a saírem com perdas de capital elevadas. Mesmo assim é uma incógnita o real valor e o futuro destas moedas. Até descobrirmos um método de avaliação inovador, qualquer investimento será pura especulação.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Degiro e Dividendos Portugueses

Há mais de dois anos apresentei a DeGiro aos meus leitores. Uma plataforma de investimentos Low-cost totalmente inovadora para o nosso mercado. Com ordens a custarem 10 vezes menos o que se paga noutros brokers, acredito que muitos investidores se renderam à DeGiro. Podem ler a minha apresentação aqui e registarem-se na DeGiro aqui.

Mas nem tudo é um mar de rosas e, como as acções Portuguesas têm dividendos muito atractivos para os investidores, a DeGiro pode não ser ideal para a nossa carteira. Infelizmente esta informação que vos vou dar não está disponível no website, apesar do investidor ter de estar atento ao facto da DeGiro ser um broker Holandês e não Português.

Como todos os investidores sabem, os dividendos de acções são taxados a uma taxa de 28%. Não é, de todo, uma taxa atractiva para os investidor mas a realidade é que todos temos de a pagar. Mas na Holanda os dividendos Portugueses são taxados a uma taxa mais alta.
A imagem em cima é retirada da minha área pessoal da DeGiro. Podem ver que recebi no dia 19 de Maio 9,60€ em dividendos dos CTT e fui taxado em 3,30€. Então mas 28%*9,60€ não dá 3,30€!
É verdade, e após enviar um e-mail para a DeGiro fui informado que os dividendos Portugueses são taxados na Holanda a uma taxa de 35%. Muito mais do que os 28% taxados em Portugal.
Como a DeGiro é apenas um broker que trata das transações e não presta qualquer tipo de apoio adicional, fui aconselhado a consultar a Autoridade Tributária ou um profissional. A imagem em baixo tem essa mesma informação em inglês.
Neste momento ainda não tenho conhecimento da possibilidade de eliminar esta taxa superior cobrada aos investidores Holandeses. Mas, convém informar os leitores de que a DeGiro não cobra esta taxa superior porque quer, mas sim dado que é a taxa que o governo Português lhes obriga a cobrar aos clientes. Assim que eu obtiver novidades sobre este assunto, irei atualizar este artigo.

Notas Finais

Apesar da DeGiro continuar a ser interessante para mim, a sobretaxa nos dividendos pode apresentar custos mais elevados no longo prazo. O investidor tem de fazer contas e averiguar onde tem custos inferior por ter acções em carteira. Esta sobretaxa apenas é cobrada na DeGiro, não sendo cobrada nos brokers e bancos Portugueses.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A Próxima Catástrofe Económica não vai Arrasar com a Bolsa

O título é bastante ousado, mas acho que este artigo merece isso mesmo.
Hoje vamos falar sobre a bolsa e as catástrofes económicas. O que acham que é uma catástrofe económica?

Notícias Atuais

Os media adoram notícias sobre economia. O sensacionalismo reina dentro de alguns media com notícias que podem causar o pânico na população. Vamos lá ver alguns exemplos:
Apesar de Le Pen realmente não ter ganho, é verdade que Trumo ganhou as eleições e que o Brexit está neste momento a acontecer enquanto lemos este artigo. Mas, o que aconteceu ao mercado?

Reacções do Mercado


Supostamente o pânico com a vitória de Trump iria fazer com que o mercado tivesse um crash e entrássemos de novo numa crise económica. No entanto, todos podemos ver que isso não aconteceu. O mercado nem sequer caiu no dia em que Trump ganhou as eleições.

O artigo faz ainda referência a quem tenta prever preços futuros, dizendo que isso não a estratégia mais correta para investir.

A realidade é que a presidência do Trump não alterou o ritmo de subida do S&P500. Desde que o Trump foi eleito como presidente dos EUA, o índice subiu mais de 12%.





Desde que o referendo do UK decidiu a favor de sair da União Europeia, a realidade é que o par cambial GBPUSD está a recuperar lentamente à medida que o pó da incerteza assenta.

Os economistas previram que a taxa de desemprego no UK iria subir consideravelmente, mas o que aconteceu realmente?

As estatísticas previram mais uma vez o oposto. O UK continua com uma tendência de descida no desemprego. O artigo refere ainda que o vencimento dos trabalhadores continua estável, em vez de subir.


Tudo isto serve para mostrar que os investidores não devem olhar para as notícias sensacionalistas. Os economistas tentam prever os dados, mas esses dados não passam de previsões. Todos os investidores já leram o aviso a indicar que "rendimentos passados não são garantia de rendimentos futuros." O mesmo se passa neste caso, em que acontecimentos no passado não dão garantia que o mesmo vá acontecer no futuro.

Notas Finais

Termino com uma citação de Warren Buffett: "No século XX os EUA enfrentaram duas guerras mundiais e outros conflitos mundiais. Para além disso enfrentaram também mais de uma dúzia de crises, quedas acentuadas nas bolsas, crises no petróleo, uma epidemia gripal e uma demissão de um péssimo presidente. Ainda assim o DOW subiu de 66 para 11497."

Esta citação serve para indicar que o mercado irá sempre subir, no longo prazo. Cabe-nos a nós ignorar notícias sensacionalistas e continuar com a nossa estratégia sem estarmos dependentes de eventos macroeconómicos.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Quem Poupa Mais - Os Americanos ou os Europeus?

Um artigo de Janeiro de 2017 do Market Watch falava sobre as capacidades de poupança dos Americanos e dos Europeus. O artigo não só fala que os Americanos são maus a poupar dinheiro, mas ainda refere que os Europeus estão numa situação bastante pior.
Para além disso, o artigo refere-se a um gráfico feito pelo banco Alemão:

O estudo culpa as baixas taxas de juro dos depósitos a prazo. Com uma taxa de juro tão baixa os aforradores não vêm vantagens em poupar para receber tão pouco. Aparentemente a descida das taxas de juro cumpriu um dos objetivos do BCE, o de promover o consumo em vez da poupança.

No entanto, apesar destes gastos estarem a fomentar a economia, isto pode trazer consequências mais à frente. A poupança é essencial para fazer face a problemas futuros, como desemprego ou gastos não previstos (despesas médicas, sinistro automóvel, entre outros).

Problemas com o Estudo

No entanto o estudo apresenta diversos problemas. Não só apenas se baseia numa questão vaga (não refere valores e a amostra é muito pequena), como também não refere o facto de poupar nos EUA ser muito mais importante que poupar na Europa.
Na Europa teremos sempre um rendimento garantido quando nos reformarmos. Apesar de não ser um valor muito elevado, podemos sempre complementar com uma eventual poupança que tenhamos feito durante a sua vida. Já nos EUA a poupança é a maior fonte de rendimento quando se entra na idade da reforma. Infelizmente os cidadãos dos EUA estão muito mais dependentes da sua poupança do que nós Europeus.
Mas, e cá em Portugal? Poupamos muito ou pouco?
Felizmente o website da Pordata tem estatísticas referentes à poupança das famílias. Desde que o Euro entrou em circulação, o nosso país tem conseguido níveis de poupança bastante interessantes. Infelizmente, com a crise económica e a entrada do FMI em Portugal no ano de 2011, todos sabemos as famosas reformas ruinosas que foram feitas no nosso país. A elevada carga fiscal sobre as famílias fez com que os rendimentos deixassem de conseguir fazer face às despesas.
Portugal ficou cheio dos chamados "novos pobres". As famílias recebiam ordenados mas não conseguiam pagar os empréstimos à habitação e automóvel. O efeito bola de neve causou efeitos nefastos na média da poupança das famílias, como podem ver pelo gráfico em cima.
Para além disso, podemos ver que Portugal está a aproveitar as baixas taxas de juro para consumir em vez de poupar para o futuro. A nossa economia está a crescer, mas os resultados futuros ainda estarão para vir.

Notas Finais

Poupar é bastante importante quando estamos a fazer investimentos. Os reforços na nossa carteira de investimentos poderão trazer frutos muito interessantes nas nossas vidas futuras. A realidade é que, ao pouparmos, estamos também a investir num consumo futuro.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Os Perigos da Diversificação a mais

Hoje vamos falar sobre os perigos de diversificarmos de mais a nossa carteira. A diversificação é necessária, mas um excesso de diversificação poderá fazer mais mal do que bem à saúde do nosso portefólio.

Diversificar não é só investir em diversas coisas ao mesmo tempo. Os investidores têm de ter noção da correlação com os ativos que já tem em carteira. Uma correlação próxima de 0 é o ideal para diversificar, menos do que isso já pode trazer perigos para a nossa carteira.

O Warren Buffett escreveu no seu livro uma frase muito interessante: "A diversificação por vários sectores e regiões apenas é necessária quando os investidores não souberem o que estão a fazer." Por outras palavras, a diversificação não traz muitos perigos, mas também deixa de trazer os benefícios desejados.

Vamos fazer um teste com valores exatos para vos dar uma ideia do que estou a falar.
Imaginem que, na tabela em cima temos dois ativos e os respetivos retornos. A nossa carteira tem 50% da acção A e 50% da acção B. A média da nossa carteira anualmente é 0%. Se fizermos uma análise da correlação entre estes dois ativos podemos ver uma correlação inversa perfeita (-1).

O gráfico em cima já nos mostra o resultado da tabela. A nossa carteira não tem nenhum retorno dado a nossa diversificação.

Claro que este exemplo é extremo, mas é para vos mostrar como uma diversificação, principalmente com correlações negativas, pode arruinar os vossos retornos. Existem exemplos de correlações negativas, como o Ouro e alguns pares cambiais.
Como podem ver, o Outro e o par cambial USDCHF tiveram uma correlação negativa durante 11 anos. Convém indicar que as correlações estão sempre a mudar e dependem de vários factores. Mesmo os ativos com correlações mais fortes podem nem sempre agir da forma que esperamos. Como já indiquei muitas vezes, o mercado é sempre imprevisível.


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Beneficios dos Dividendos Portugueses

No passado mês de Março recebi um mail do BCP com uma newsletter muito interessante. Confesso que normalmente não as leio, mas esta newsletter serviu para falar sobre o tema de hoje.
Hoje vamos falar sobre dividendos nas acções Portuguesas.

Normalmente sou averso aos dividendos pois os dividendos é sinonimo de várias coisas. Não só pagamos mais valias como também pagar dividendos numa empresa que está em crescimento não faz sentido. Para além disso, a acção desconta a percentagem do dividendo. No entanto, a investigação do BCP chegou à conclusão que a acção não desconta o equivalente ao dividendo.

Citando a newsletter do BCP que refere este fenómeno:
"Teoricamente, a ação deveria descontar o efeito dividendo e cair em linha com a dividend yield respetiva. Surpreendentemente, ou não, este efeito acaba por ser positivo em todas as ações enquadradas no estudo, com a cotação a descontar menos que o dividendo absoluto, gerando o que chamamos na tabela abaixo de 'Ex Div Effect' positivo. As empresas que mais denotam este perfil são Sonae Capital, Corticeira Amorim, CTT e Sonae."
A tabela em cima mostra o Ex Dividend Effect positivo nas cotadas Portuguesas. Com isto em mente, as cotadas Portuguesas são ideais para investir tendo em consideração os dividendos, pois o nosso capital é remunerado a uma percentagem superior aos depósitos a prazo. Isto claro, considerando que o preço da acção não desce abaixo do preço de compra.


A ajudar ao texto que estou a escrever, a newsletter apresenta ainda este gráfico, que compara o Dividend Yield do nosso PSI-20 e do índice Euro Stoxx. Como podem observar o nosso índice é, na maior parte das vezes, mais atrativo que o índice da Euro Stoxx.
Em termos de percentagens absolutas, a newsleteer refere que o histórico nestes últimos 12 meses tem sido de 4% para o PSI-20 e 3,3% para o índice Euro Stoxx.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Porque razão existem Obrigações com taxas negativas?

Começamos hoje com uma imagem. O gráfico em cima mostra as taxas de juro de $47,3 biliões em obrigações, dentro de 24 moedas diferentes e desde obrigações de países em desenvolvimento e países desenvolvidos. O resultado do gráfico mostra uma tendência algo preocupante. Mais de 20% das obrigações emitidas são a juros negativos, e mais de metade têm uma taxa de juro inferior a 1%.

Mas porque razão isto está a acontecer?

Apesar de existirem obrigações com taxas de juros negativas desde 2012, este fenómeno aumentou desde que o Banco Central Europeu decidiu cortar a taxa de depósitos para valores negativos em 2014. Assim, o BCE está a fomentar o crescimento da sua economia, aliciando os investidores para retornos mais apelativos em outras áreas de investimento como Acções, Futuros e Obrigações de países em desenvolvimento.
Com isto a acrescer ao facto do Reino Unido ter perdido para sair da União Europeia e haver suspeitas de que o sistema bancário Italiano está com problemas graves, os investidores estão com bastante receio do futuro.

Em alturas de volatilidade os investidores não têm muito por onde escolher. Se continuarem com os seus investimentos nessas zonas geográficas vão ter períodos de elevada volatilidade e vão perder dinheiro, mas ao investirem nesta obrigações têm a segurança de que vão perder apenas uma percentagem do seu capital.
Para nós, os pequenos investidores, não existem razões para alterarmos a nossa carteira, mas convém entendermos o que está a acontecer na Europa e no mundo.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Qual o melhor Supermercado de Fundos de Investimento

Em 2015 o Observador colocou um artigo a falar sobre os supermercados de fundos. Agora, em 2017, vamos abordar este tema pela primeira vez aqui. Ora bem, quando falamos em supermercados de fundos de investimento falamos em bancos que têm todo o tipo de fundos de investimento, de várias gestoras nacionais e internacionais.

A Banca Tradicional

Infelizmente a oferta disponível na banca tradicional é muito pobre. Como a banca tradicional procura clientes que queiram créditos, depósitos a prazo, cartões de crédito e seguro, o negócio foge do investimento na oferta de fundos de investimento. Não se devem subscrever fundos de investimento através da banca nacional dado que a oferta é muito pobre, mas existem casos pontuais.
Existem fundos de investimento nacionais bastante interessantes e disponíveis para subscrição através da banca tradicional. Um exemplo é o NB Obrigações Europa, disponível para subscrição no Novo Banco.

Uma simples leitura do website do Santander indica que todos os fundos disponíveis para subscrição são do Santander. O Millennium BCP já tem uma oferta maior, apresentando uma oferta de 161 fundos de investimento com alguma oferta internacional. Ainda assim, essa oferta fica muito distante da banca online, que vamos falar em seguida.

A Banca Online

É aqui onde existe mais oferta de fundos de investimento. através do seu gestor de conta pode obter conselhos sobre que produtos subscrever e a alocação mais desejada para o seu perfil de risco.

O banco Best lidera a oferta de fundos de investimento. São 2854 fundos disponíveis para o investidor escolher. Por isso mesmo é que é importante falar com o seu gestor de conta, pois um investidor pode-se sentir perdido no meio de tanta oferta.

O BIG fica em segundo lugar com um total de 1071 fundos disponíveis. Apesar duma robusta oferta, a realidade é que o banco conta com o Fund Advisor para aconselhar os clientes acerca dos fundos que deve escolher, de acordo com o seu perfil de risco.

O Activobank tem uma oferta de fundos de investimento mais pobre, apenas com 634. Aqui já se nota algumas limitações na oferta aos investidores. Já houve vezes em que questionei sobre fundos de investimento de obrigações com dividendos e foi-me negado pois não existia oferta para a minha procura. Felizmente o banco Best tinha essa oferta e pude subscrever um fundo de obrigações junto do banco Best. No entanto o Activobank pode ter mínimos de subscrição mais brandos. Já tive fundos que reforcei através do Activobank pois apenas necessitava de reforçar com um mínimo de 50€, em vez dos 1000€ pedidos no banco Best. Como é óbvio isto são situações pontuais, que o investidor pode ver caso a caso quando escolher os fundos de investimento.

Por últimos temos o banco Invest com 497 fundos de investimento disponíveis. O banco Invest não tem como prioridade apresentar uma grande oferta de fundos de investimento, mas sim de apresentar alternativas interessantes para os seus clientes. Ainda assim o banco Invest tem fundos de investimento essenciais para os investidores, e até agora não senti nenhuma limitação na oferta dos fundos de investimento.

Notas Finais

Os fundos de investimento são uma alternativa de investimento interessante. Os investidores têm é de ter cuidado com os fundos de investimento que subscrevem, dado que podem existir fundos de investimento muito mais interessantes para o mesmo risco.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Uma Lição de História sobre Diversificação

Todos sabemos da importância da diversificação, e até eu já fiz alguns textos a falar sobre diversificação, mas hoje é diferente. Hoje vamos ter uma lição de história, a realidade da diversificação.
Um investidor inexperiente pode falar que a diversificação não vale a pena. Ele comprou umas unidades do ETF do S&P500 nos últimos anos e aquilo tem estado sempre a subir, portanto nem sequer pensa em diversificar através de depósitos a prazo ou de obrigações governamentais.

A tabela em cima mostra a performance entre as diferentes classes de ativos. O que está em cima rendeu mais e cada classe de ativos tem a sua própria cor.
Podemos observar que a classe das Commodities teve retornos horríveis nos últimos anos. A crise mundial de 2008 mexeu muito com os preços e procura nesta classe de ativos. Já em 2016 houve um aumento dado o aumento pelas construções e gastos que os governos e empresas estão a fazer.
As Ações são outra classe de ativos que levaram uma cacetada em 2008 e em 2011 com a crise económica mundial. Em 2017 as ações recuperaram todas as perda desses anos, estando até acima dos valores de 2008.

Sem Diversificação:

Se um investidor tivesse comprado €100 em Commodities em 2011, iria chegar a 2015 com €49 em carteira. O retorno anual para esse investimento é de -13,5%. Mesmo com o retorno em 2016, a carteira aumentou para €54.
Já um investimento de €100 em Ações no ano de 2011 iria chegar a 2016 com uma carteira avaliada em €170. Isto traduz-se num retorno anual de 9,2%.

Com Diversificação:

Dado que é impossível prever a classe de ativos que vai ter um retorno mais atrativo todos os anos, é preferível diversificar os investimentos.
Assim, se um investidor em 2011 investir €50 em Commodities e Ações, vai chegar a 2015 com um lucro de €3,20, em vez de perder €51 por investir apenas em Commodities.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Investir em PPR's

Hoje é dia de falarmos sobre mais uma diversificação na nossa carteira de investimentos, os Planos Poupança Reforma. Os PPR são planos oferecidos muitas vezes pelos gestores de conta, de forma a dar um rendimento maior às nossas poupanças.

Infelizmente a maioria dos PPR não é uma boa alternativa de investimento aos comuns depósitos a prazo. Um artigo do Observador, lançado em Maio de 2017 refere isso mesmo: Proteja a sua reforma. Só há dois PPR que merecem o seu dinheiro.

Nos bancos mais comuns, os PPR dão mais rendimento à entidade bancária que os depósitos a prazo, e infelizmente existem casos de gestores de conta que têm como objetivo vender 5 ou 6 PPR por mês. Muitas vezes os gestores de conta aliciam as pessoas mais idosas, propondo até que façam um PPR por cada filho, ou para os familiares todos (assim os gestores de conta cumprem os objetivos com uma rapidez impressionante). Mas, se estes produtos fossem bons, estariam a ser colocados como objetivos de venda? Claro que não!

A maioria dos PPR têm muitas desvantagens, vamos enumerar:

  1. Não são protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos: Todos os PPR têm a garantia prestada diretamente através das seguradoras, ou seja, não estão abrangidos pelo FGD. No entanto, alguns PPR poderão estar abrangidos através do Sistema de Indemnização aos Investidores;
  2. Rendimento Mínimo Garantido: Quem já subscreveu um PPR com rendimento mínimo garantido deve já ter reparado que esse rendimento mínimo desceu consideravelmente com o passar dos anos. Infelizmente os PPR comercializados indicam um rendimento mínimo garantido de X% para o ano que está a ser comercializado, e depois têm toda a autonomia para definirem o rendimento mínimo garantido para os anos seguintes. É raro os investidores resgatarem os PPR até porque isso tem comissões e custos fiscais;
  3. Comissões Exageradas: Os PPR têm comissões para tudo. Sejam elas comissões de depósito, comissões de resgate, comissões de gestão, comissões de transferência, etc. Estas comissões todas retiram a maioria dos ganhos aos investidores;
  4. Capital Garantido: Nem todos os PPR têm capital garantido. Infelizmente alguns gestores não informam os clientes sobre essa situação, o que os pode penalizar bastante.
Apesar destas desvantagens enumeradas, convém que o investidor esteja perfeitamente ciente de todas as comissões que lhe poderão ser aplicadas, e não confiar na palavra do seu gestor de conta. Infelizmente os gestores de conta apenas gostam de informar os clientes sobre as vantagens dos produtos (omitindo as comissões) apenas para cumprirem os seus objetivos.

Vantagens Fiscais

Felizmente os investidores são favorecidos no que toca às vantagens fiscais que têm ao subscrever e deter um PPR. Desde vantagens fiscais nos depósitos às vantagens no resgate, convém que o investidor saiba os montantes máximos para aumenta a sua eficiência fiscal. Poderia estar aqui a enumerar os códigos mas é melhor colocar uma tabela de fácil consulta.

Pelos depósitos em PPR os investidores têm de ter cuidado com os limites enumerados em cima. Alerto para o facto de que existe um limite máximo também pela idade, e não só pelo rendimento. Infelizmente conheço casos de gestores de conta que aliciaram investidores para depositar montantes maiores pelas vantagens fiscais, mas depois esses clientes ultrapassavam largamente os limites.
Uma grande vantagem dos PPR é a de resgate antecipado sem penalização (nos PPR com comissões elevada) nos casos de desemprego, incapacidade ou de doença grave. O estado também lhe dá uma vantagem fiscal, baixando a taxa de imposto sobre o rendimento.
Para os outros casos, o resgate a qualquer momento tem as mesmas comissões que os resgates dos fundos/depósitos de capitalização. Como podem ver existe uma vantagem fiscal muito grande face aos 28% de mais valias tributadas nos depósitos a prazo ou acções.
Assim sendo passamos para os melhores PPR a escolher.

Com Garantia de Capital

O Observador refere o Lusitania PPR. Apesar deste fundo dar uma taxa de 1,5%, este produto tem uma comissão máxima de subscrição de 2% o que pode "comer" todos os rendimentos desse ano. Na altura que procurei por PPR encontrei um muito melhor, com possibilidade de subscrição no Novo Banco e no Banco Best.
O Novo banco PPR Renda Mensal I, II, III e IV garantiam rendimentos anuais entre 2,75% e 4% em 2017. Como não estavam previstas comissões de subscrição nem de reembolso, este produto era muito mais interessante que o Lusitania PPR. É uma questão dos investidores estarem atentos para novas versões desse produto no Novo Banco ou no Banco Invest.

Sem garantia de Capital

Claro que não poderia referir outro PPR. O meu PPR favorito é claramente o Alves Ribeiro PPR.
Este PPR já ganhou diversos prémios e é reconhecido em Portugal e na Europa como um dos melhores fundos PPR para se ter em carteira. É verdade que não existe garantia de capital, mas isso possibilita a que existam ganhos muito maiores.
Podem ver que o fundo perdeu algum valor nos anos de 2008, 2011, 2015 e manteve no ano de 2016. Ainda assim, este fundo consegue rendimentos muito maiores do que os fundos com garantia de capital e ainda tem vantagens fiscais para quem o tem em carteira!
Podem ver a rendibilidade anuais para verificarem o que eu vos estou a dizer. Este PPR tem uma rendibilidade anualizada de 7,0% e 17,2% nos últimos três e cinco anos. Não existem outro fundo que tenha esse tipo de rendimento e, para além disso, este fundo tem outra vantagem. Como o fundo foi afetado por ter algum papel comercial do GES, caso exista uma resolução a favor dos investidores este fundo poderá beneficiar ainda desse rendimento que nem estava previsto.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Depósitos Indexados - Banco Invest

Estamos a viver numa era em que as taxas de juro dos depósitos a prazo pelos bancos está perto dos 0%. Com uma inflação prevista de 1,5% para o ano de 2017, os investidores têm de se virar para outras classes de ativos só para não perderem capital.

Apenas existem dois bancos que fazem depósitos indexados, são eles o Banco Invest e o Banco Carregosa. Pessoalmente prefiro o Banco Invest, pois as temáticas dos investimentos são mais interessantes, assim como a taxa de juro.

Como Funciona:

Os depósitos indexados do Banco Invest colocam o investidor em classes de ativos com mais risco sem correr esse mesmo risco da classe de ativos. Ou seja, o investidor pode ter o rendimento da classe de ativos se subirem mas, se baixarem, não sofre perda de capital.
A taxa de juro máxima e mínima é conhecida logo ao inicio, assim como o prazo e os ativos subjacentes que vão estar indexados a este depósito.

Taxa de Sucesso:

Felizmente o website do Banco Invest permite ter acesso aos reembolsos de depósitos indexados, desde 2012. Dos 49 depósitos indexados, apenas 14 tiveram um reembolso de 0%. Isto indica que 28% dos depósitos tiveram um retorno nulo. Isto são resultados muito positivos, tendo em conta que a TANB máxima reembolsada já chegou a ser 11,71%.

Condições:

Nestes depósitos indexados existem sempre a garantia de capital. Podem existir situações em que o depósito até dá uma TANB positiva mesmo que os pressupostos não se cumpram. Já apanhei depósitos indexados com reembolso antecipado do depósito caso os pressupostos estejam cumpridos antes do fim do prazo do depósito. Aqui a única desvantagem é o facto de não ser possível fazer uma mobilização antecipada.

Notas Finais:

Pessoalmente acredito que este tipo de depósitos é bastante interessante, principalmente quando os depósitos a prazo estão a oferecer taxas quase nulas pelo meu capital. A nós, investidores, cabe-nos alocar o nosso dinheiro onde nos for mais rentável.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Perigo de Alavancagem com as Cryptocurrencies

Depois de termos falado aqui sobre os perigos da alavancagem, hoje vamos focar um tema mais recente, as Cryptocurrencies. As Cryptocurrencies ganharam bastante notoriedade nos últimos meses graças à ganancia de "investidores" que estão à espera de um lucro fácil. As corretoras de bolsa criaram oferta para este aumento da procura repentino, oferecendo instrumentos para negociar as moedas mais famosas.
O problema disto é o facto dos "investidores" não saberem o que é o Risco e o conceito de avaliação de um investimento. Ora, se esta nova rede de "investidores" não sabe isso, porque razão haveria de saber o conceito de alavancagem?
Infelizmente a maioria dos investidores perde dinheiro a transaccionar pares cambiais, e a volatilidade dessa classe de  ativos não se compara com a volatilidade do Bitcoin ou do Ethereum.
No gráfico em cima, retirado daqui, podemos comparar a volatilidade do par cambial mais liquido do Forex (USD/EUR) a amarelo com a volatilidade do Bitcoin e do Ethereum, a azul e verde.
Podemos ver que, por dia, a volatilidade chega a ultrapassar os 5% para o Ethereum e anda por volta dos 2% no Bitcoin. A volatilidade neste tipo de ativos é bastante grande, por isso não é aceitável utilizar alavancagem. Para se utilizar a alavancagem teremos de ter cuidado em ter uma gestão de risco muito conservadora. Infelizmente nem todos os "investidores" podem ter conhecimento sobre isto, por isso é que eu alerto por preocupação de perdas totais do capital investido.
O mercado das Cryptocurrencies valia $117 mil milhões apenas há um mês atrás. A 13 de Julho o mesmo mercado valia $88 mil milhões. Não é possível olhar para o lado para esta desvalorização, infelizmente. Podem ver a capitalização de mercado de todas as Cryptocurrencies aqui.

Notas Finais

O investimento com alavancagem poderá significar perdas totais do capital investido. Em períodos de elevada volatilidade os investidores poderão perder mais do que todo o montante investido. No caso de investirem nesta classe de ativos com alavancagem, aconselha-se uma gestão do risco muito cautelosa e conservadora.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Imagens da Plataforma de Trading DeGiro

Já falei sobre a DeGiro aqui e aqui, mas hoje venho mostrar-vos algumas imagens reais da plataforma de trading. Como sabem, a DeGiro é a plataforma de trading mais barata a operar em Portugal e está presente em diversos países da Europa.
Então vamos lá começar.

Página Inicial

Esta é a página que temos quando fazemos o login na plataforma. Temos acesso ao total da nossa conta, o valor dos investimentos em carteira e na conta, a diferença diária e ao espaço livre. O espaço livre é o valor que nos resta para comprar ou vender um ativo. Como não tenho produtos negociados em margem, o valor é igual ao valor da conta.

Barra de Navegação


A barra de navegação no topo permite-nos aceder aos diversos menus que a plataforma nos dá. No caso do menu em cima podemos aceder a todos os tipos de produtos oferecidos pela plataforma, dividido por país ou por bolsa.

Lista de Ativos

Depois de seleccionarmos uma classe de ativos e bolsa, chegamos à lista de ativos que podemos investir. Nessa lista podemos ver os últimos preços, diferença, volume, entre outras coisas parecidas às outras plataformas.

Análise do Ativo

Depois de passarmos a lista podemos observar o ativo mais detalhadamente. Temos acesso a um gráfico com a possibilidade de seleccionarmos vários horizontes temporais, temos a profundidade das ordens (quantidade e preço nas ordens de venda e compras pendentes), assim como o volume.

Painel de Ordens

Depois de seleccionarmos a ação para comprarmos, temos acesso ao painel de ordens. Podemos escolher se queremos comprar ou vender, que tipo de ordem (ordem limite, stop, take profit ou ao mercado), o preço e a quantidade. Na ordem ao mercado seleccionamos apenas a quantidade e aparece uma estimativa do montante em baixo. No fim escolhemos a duração da ordem e lançamos a ordem para o mercado.

Ativos em Carteira

Por fim chegamos aos ativos em carteira. Podem observar que agora tenho ações dos CTT e CWH, assim como um ETF de Ouro. Nesta lista de ativos em carteira temos acesso à quantidade que compramos, resultado do dia em euros, a diferença diária em percentagem e o total em carteira. Este valor é o valor que aparece no total em carteira na página inicial.

Abra a sua conta na DeGiro hoje: https://www.degiro.pt/


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O Perigo da Alavancagem

A alavancagem é um tema que, na minha opinião, ainda não foi bem elaborado neste blog. Assim sendo, vamos dedicar um artigo ao conceito de alavancagem.

Empréstimo à Habitação

Todos nós usamos ou já usámos a alavancagem nalgum momento da nossa vida. Os Portugueses, por exemplo, utilizam a alavancagem para comprar uma casa para viverem. A compra de uma casa pode ser um símbolo de mudança de vida, de criação de uma família ou de independência dos pais. Infelizmente uma casa continua a ter um preço proibitivo, mas graças aos empréstimos à habitação, isso tornou-se muito mais fácil.
Vamos imaginar que a família Lopes comprou esta casa por 100.000€. Como apenas tinham 20.000€ pediram ao banco o resto em modo de empréstimo. Assim sendo, a família Lopes ficou a dever ao banco 80.000€.
Nesse mesmo ano o mercado imobiliário valorizou, sendo que surgiu um comprador para esta casa, que estava disposto a pagar 120.000€ pela casa. A família Lopes fica surpreendida porque não a queria vender, mas um ganho de 20% sobre o preço de compra é bastante apetecível.
A família Lopes decide vender a casa, fazendo contas logo a seguir.

Vejamos, a família amortizou imediatamente o empréstimo ao banco, no valor de 80.000€ (não houve juros nem penalizações pela amortização antecipada). Fica a sobrar 40.000€ para esta família comprar uma nova casa.
Assim sendo, o empréstimo à habitação deu a esta família uma alavancagem muito interessante neste caso. A família não só recuperou todo o seu investimento, como conseguiu ganhar 100% face ao valor inicialmente investido.

Neste caso correu bem, mas a realidade é que a alavancagem apresenta diversos perigos que o investidor deve saber antes de se colocar em produtos alavancados.
Voltando ao exemplo da casa, uma desvalorização de 20% iria provocar uma perda total do capital inicialmente investido.

Nos mercados financeiros o resultado é exactamente o mesmo.

Mercados Financeiros


No gráfico em cima temos um ETF alavancado três vezes face ao S&P500. Como podem ver, dado que estamos num Bull Market, este ETF está quase todos os dias a ter retornos negativos. O gráfico pode não revelar mas podem ver que, de 2012 a 2017 este ETF já perdeu quase 93% do valor.

Os investimentos em produtos alavancados tendem para 0, como podem ver no exemplo em cima.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Análise ao ETF - GURU

Há muito que ouço falar em Hedge funds. Os retornos são espectaculares, a equipa de gestão aproveita várias oportunidades através da sua pesquisa pessoal, as estratégias são criativas e o alfa (indicador que mede o retorno acima do índice) é sempre positivo.

Mas a realidade é que este tipo de investimentos apenas servem para investidores com elevado conhecimento na área dos investimentos e dos riscos envolvidos. Par além do conhecimento o investidor precisa também de muito capital para colocar nesse Hedge fund (existem Hedge funds com um mínimo de €100.000 ou até de €1.000.000).


Normalmente a equipa de gestão desses Hedge funds são apelidados de "Gurus". Pois é sobre o ETF GURU que vamos falar hoje.

O objetivo do fundo é muito simples. Através do preenchimento do formulário 13F que os Hedge funds americanos têm de fazer, o GURU analisa todos esses formulários e depois compra os produtos que forem mais famosos.

Vantagens

  • Low Cost - O custo anual de um Hedge fund ronda os 2%, mas este ETF tem um custo anual de 0,75%. Os investidores aproveitam as análises dos gestores destes fundos sem necessitarem de pagar tanto por esse serviço;
  • Quantidade - Duas cabeças pensam melhor do que uma, e este ETF beneficia disso mesmo. Ao observar todos os formulários disponíveis, podem aplicar o capital de acordo com o consenso da maioria dos gestores de Hedge funds.
  • Acessibilidade - Os investidores tradicionais não têm acesso aos Hedge funds, mas com este ETF já podem ter.

Desvantagens

  • Informação - Os formulários só têm de ser preenchidos até 45 dias depois de cada trimestre. Isso significa que o Hedge fund pode já nem ter um produto em carteira. Os formulários não obrigam os Hedge funds a informarem sobre as posições curtas que têm em carteira, nem sobre produtos estrangeiros que tenham em carteira;
  • Alavancagem - Este ETF pode utilizar alavancagem para aumentar os seus ganhos, ou as suas perdas.

Retornos


O gráfico em cima mostra os retornos de 2012 até 30 de Junho de 2017. Até meados de 2015 observamos que o ETF GURU bateu o índice S&P 500, mas podemos mais uma vez observar que uma estratégia passiva ganha sempre a uma estratégia ativa.
Podemos também observar que o GURU tem movimentos mais voláteis, mas isso é normal dado que estamos a falar de investimentos que os Hedge fund fazem, logo mais voláteis.

Notas Finais

Faz sentido ter este ETF em carteira se queremos ter uma percentagem da nossa carteira alocada aos Hedge funds, no entanto podemos ver que a gestão passiva traz um retorno maior que uma gestão ativa. Ainda assim, este ETF tem uma estratégia provada através dos seus retornos e baixo custo ao longo dos anos.




quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Raize - Empréstimo em Recuperação

Após ter falado anteriormente sobre a Raize não ter cumprindo com as condições contratuais, em relação a um contrato com a Pneus União, a Raize colocou o empréstimo em recuperação! Apesar de não ser uma situação ideal, agora posso relatar o que faz a Raize quando um empréstimo está em recuperação. Qualquer novidade será comunicada para aqui, como exemplo a futuras especulações relacionadas com a Raize.
A Raize envia um e-mail a todos os investidores a informar sobre a decisão de ter colocado o empréstimo em recuperação. Mas não é apenas por e-mail que os investidores são informados!
A nossa área pessoal também fica atualizada para refletir os empréstimos em recuperação. O montante em recuperação corresponde ao capital investido e juros ainda por receber.
Se formos pesquisar o empréstimo pelo estado conseguimos logo encontrar a empresa. A parte superior fica a vermelho para refletir o estado do empréstimo.
Como combinado contratualmente, todas as prestações de capital e juros ficam em recuperação. A página do empréstimo e da empresa dentro da plataforma não apresenta nenhuma informação ou novidade sobre o empréstimo ou estado da recuperação. Esta é uma critica que eu e os outros investidores partilhamos. Infelizmente a Raize não é completamente transparente com os investidores nos empréstimos onde participam, quando as coisas não correm bem. Já vos disse nos posts anteriores que fiquei sem qualquer informação durante mais de 3 meses sobre este empréstimo, algo que não deveria acontecer.

Nota Importante

Informo todos os investidores que o estado Português não concede benefícios fiscais a perdas de capital neste tipo de investimentos. No caso de perdermos algum capital, essa mais valia não pode ser deduzida em lado nenhum, como me informou a Raize. Ainda questionei se, mesmo englobando os juros no IRS, iriam dar-me o direito de abater esta perda de capital (quando efetivamente se concretizar) nos juros, e fui informado que não seria possível.