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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Análise à Corticeira Amorim

Se perguntarmos a todos os investidores quais são as suas acções favoritas, a maioria vai falar na EDP, BCP ou NOS. Então e a Corticeira Amorim? Os investidores que falam na Corticeira Amorim quase que são gozados pelos colegas, por terem acções tão banais na sua carteira.
Mas, até segundo o livro de Peter Lynch, "One Up On Wall Street", estas são as melhores acções para se ter em carteira. Quando falamos sobre um sector de mercado e os analistas começam a bocejar, sabemos que o negócio é chato mas que poderá ter uma perspectiva de longo prazo muito interessante.

Com um crescimento quase de 600% em 17 anos (com um crescimento de 100% no último ano e meio), a Corticeira Amorim sempre foi uma acção muito aborrecida. Não mexe muito, tem uma valorização negativa quando há uma crise e vai pagando um dividendo quase todos os anos. Até lá fora os gestores de carteiras desatam-se a rir a olhar para esta cotada, mas quem se ri por último, afinal?
Em Março de 2017 a Bloomberg dedicou um artigo inteiro à nossa Corticeira Amorim. Em 2010, quando mergulhadores encontraram garrafas de champanhe, contactaram a Corticeira Amorim para tentar encontrar a origem destas misteriosas garrafas. A escolha da Corticeira Amorim era fácil, dado que é o maior produtor de rolhas de cortiça do mundo.
A Cortiça é o produto escolhido para preservar o sabor dos melhores vinhos e champanhes produzidos atualmente. Das 162 garrafas encontradas, 79 ainda estavam boas para consumo. Uma das garrafas até foi vendida em leilão por 30000€.

Infelizmente, desde os anos 90 que os produtores estão a escolher rolhas sintéticas (de metal ou plástico) dado que são mais baratas e não ficam com um sabor a cortiça. Infelizmente a Corticeira também pensou em produzir rolhas de plástico e metal para combater a concorrência, mas decidiu ficar com o que sabe melhor, produzir cortiça. Só em Research & Development gastaram 200 milhões de euros para produzirem uma rolha de cortiça 100% livre de contaminantes. Para além disso também se expandiram para outros sectores como os de isolamento e da moda.

Com mais de 150 anos a retirar cortiça das árvores, a Corticeira Amorim produz cerca de 1/3 da quantidade de rolhas usadas no mundo. A empresa quer encontrar mais árvores mas é muito complicado. Como a cortiça vem do Sobreiro, uma espécie protegida, são necessários 25 anos para a árvore crescer e mais 18 anos para a árvore começar a produzir cortiça com qualidade. Felizmente a empresa está a tentar encontrar uma solução para diminuir o tempo que a árvore demora a render.

Avaliação Atual

Em Julho de 2017 temos um rácio de Price Earnings de 15,59. São necessários mais de 15 anos para voltarmos a receber o investimento inicial, mantendo tudo o resto constante. O Dividend Yield é de 1,45%, bastante abaixo da média das outras cotadas do Psi-20. Esta acção é espectacular de se ter em carteira, mas lá está, apenas pelo preço certo.


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Uma Lição de História sobre Diversificação

Todos sabemos da importância da diversificação, e até eu já fiz alguns textos a falar sobre diversificação, mas hoje é diferente. Hoje vamos ter uma lição de história, a realidade da diversificação.
Um investidor inexperiente pode falar que a diversificação não vale a pena. Ele comprou umas unidades do ETF do S&P500 nos últimos anos e aquilo tem estado sempre a subir, portanto nem sequer pensa em diversificar através de depósitos a prazo ou de obrigações governamentais.

A tabela em cima mostra a performance entre as diferentes classes de ativos. O que está em cima rendeu mais e cada classe de ativos tem a sua própria cor.
Podemos observar que a classe das Commodities teve retornos horríveis nos últimos anos. A crise mundial de 2008 mexeu muito com os preços e procura nesta classe de ativos. Já em 2016 houve um aumento dado o aumento pelas construções e gastos que os governos e empresas estão a fazer.
As Ações são outra classe de ativos que levaram uma cacetada em 2008 e em 2011 com a crise económica mundial. Em 2017 as ações recuperaram todas as perda desses anos, estando até acima dos valores de 2008.

Sem Diversificação:

Se um investidor tivesse comprado €100 em Commodities em 2011, iria chegar a 2015 com €49 em carteira. O retorno anual para esse investimento é de -13,5%. Mesmo com o retorno em 2016, a carteira aumentou para €54.
Já um investimento de €100 em Ações no ano de 2011 iria chegar a 2016 com uma carteira avaliada em €170. Isto traduz-se num retorno anual de 9,2%.

Com Diversificação:

Dado que é impossível prever a classe de ativos que vai ter um retorno mais atrativo todos os anos, é preferível diversificar os investimentos.
Assim, se um investidor em 2011 investir €50 em Commodities e Ações, vai chegar a 2015 com um lucro de €3,20, em vez de perder €51 por investir apenas em Commodities.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Investir em PPR's

Hoje é dia de falarmos sobre mais uma diversificação na nossa carteira de investimentos, os Planos Poupança Reforma. Os PPR são planos oferecidos muitas vezes pelos gestores de conta, de forma a dar um rendimento maior às nossas poupanças.

Infelizmente a maioria dos PPR não é uma boa alternativa de investimento aos comuns depósitos a prazo. Um artigo do Observador, lançado em Maio de 2017 refere isso mesmo: Proteja a sua reforma. Só há dois PPR que merecem o seu dinheiro.

Nos bancos mais comuns, os PPR dão mais rendimento à entidade bancária que os depósitos a prazo, e infelizmente existem casos de gestores de conta que têm como objetivo vender 5 ou 6 PPR por mês. Muitas vezes os gestores de conta aliciam as pessoas mais idosas, propondo até que façam um PPR por cada filho, ou para os familiares todos (assim os gestores de conta cumprem os objetivos com uma rapidez impressionante). Mas, se estes produtos fossem bons, estariam a ser colocados como objetivos de venda? Claro que não!

A maioria dos PPR têm muitas desvantagens, vamos enumerar:

  1. Não são protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos: Todos os PPR têm a garantia prestada diretamente através das seguradoras, ou seja, não estão abrangidos pelo FGD. No entanto, alguns PPR poderão estar abrangidos através do Sistema de Indemnização aos Investidores;
  2. Rendimento Mínimo Garantido: Quem já subscreveu um PPR com rendimento mínimo garantido deve já ter reparado que esse rendimento mínimo desceu consideravelmente com o passar dos anos. Infelizmente os PPR comercializados indicam um rendimento mínimo garantido de X% para o ano que está a ser comercializado, e depois têm toda a autonomia para definirem o rendimento mínimo garantido para os anos seguintes. É raro os investidores resgatarem os PPR até porque isso tem comissões e custos fiscais;
  3. Comissões Exageradas: Os PPR têm comissões para tudo. Sejam elas comissões de depósito, comissões de resgate, comissões de gestão, comissões de transferência, etc. Estas comissões todas retiram a maioria dos ganhos aos investidores;
  4. Capital Garantido: Nem todos os PPR têm capital garantido. Infelizmente alguns gestores não informam os clientes sobre essa situação, o que os pode penalizar bastante.
Apesar destas desvantagens enumeradas, convém que o investidor esteja perfeitamente ciente de todas as comissões que lhe poderão ser aplicadas, e não confiar na palavra do seu gestor de conta. Infelizmente os gestores de conta apenas gostam de informar os clientes sobre as vantagens dos produtos (omitindo as comissões) apenas para cumprirem os seus objetivos.

Vantagens Fiscais

Felizmente os investidores são favorecidos no que toca às vantagens fiscais que têm ao subscrever e deter um PPR. Desde vantagens fiscais nos depósitos às vantagens no resgate, convém que o investidor saiba os montantes máximos para aumenta a sua eficiência fiscal. Poderia estar aqui a enumerar os códigos mas é melhor colocar uma tabela de fácil consulta.

Pelos depósitos em PPR os investidores têm de ter cuidado com os limites enumerados em cima. Alerto para o facto de que existe um limite máximo também pela idade, e não só pelo rendimento. Infelizmente conheço casos de gestores de conta que aliciaram investidores para depositar montantes maiores pelas vantagens fiscais, mas depois esses clientes ultrapassavam largamente os limites.
Uma grande vantagem dos PPR é a de resgate antecipado sem penalização (nos PPR com comissões elevada) nos casos de desemprego, incapacidade ou de doença grave. O estado também lhe dá uma vantagem fiscal, baixando a taxa de imposto sobre o rendimento.
Para os outros casos, o resgate a qualquer momento tem as mesmas comissões que os resgates dos fundos/depósitos de capitalização. Como podem ver existe uma vantagem fiscal muito grande face aos 28% de mais valias tributadas nos depósitos a prazo ou acções.
Assim sendo passamos para os melhores PPR a escolher.

Com Garantia de Capital

O Observador refere o Lusitania PPR. Apesar deste fundo dar uma taxa de 1,5%, este produto tem uma comissão máxima de subscrição de 2% o que pode "comer" todos os rendimentos desse ano. Na altura que procurei por PPR encontrei um muito melhor, com possibilidade de subscrição no Novo Banco e no Banco Best.
O Novo banco PPR Renda Mensal I, II, III e IV garantiam rendimentos anuais entre 2,75% e 4% em 2017. Como não estavam previstas comissões de subscrição nem de reembolso, este produto era muito mais interessante que o Lusitania PPR. É uma questão dos investidores estarem atentos para novas versões desse produto no Novo Banco ou no Banco Invest.

Sem garantia de Capital

Claro que não poderia referir outro PPR. O meu PPR favorito é claramente o Alves Ribeiro PPR.
Este PPR já ganhou diversos prémios e é reconhecido em Portugal e na Europa como um dos melhores fundos PPR para se ter em carteira. É verdade que não existe garantia de capital, mas isso possibilita a que existam ganhos muito maiores.
Podem ver que o fundo perdeu algum valor nos anos de 2008, 2011, 2015 e manteve no ano de 2016. Ainda assim, este fundo consegue rendimentos muito maiores do que os fundos com garantia de capital e ainda tem vantagens fiscais para quem o tem em carteira!
Podem ver a rendibilidade anuais para verificarem o que eu vos estou a dizer. Este PPR tem uma rendibilidade anualizada de 7,0% e 17,2% nos últimos três e cinco anos. Não existem outro fundo que tenha esse tipo de rendimento e, para além disso, este fundo tem outra vantagem. Como o fundo foi afetado por ter algum papel comercial do GES, caso exista uma resolução a favor dos investidores este fundo poderá beneficiar ainda desse rendimento que nem estava previsto.