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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Análise ao ETF - GURU

Há muito que ouço falar em Hedge funds. Os retornos são espectaculares, a equipa de gestão aproveita várias oportunidades através da sua pesquisa pessoal, as estratégias são criativas e o alfa (indicador que mede o retorno acima do índice) é sempre positivo.

Mas a realidade é que este tipo de investimentos apenas servem para investidores com elevado conhecimento na área dos investimentos e dos riscos envolvidos. Par além do conhecimento o investidor precisa também de muito capital para colocar nesse Hedge fund (existem Hedge funds com um mínimo de €100.000 ou até de €1.000.000).


Normalmente a equipa de gestão desses Hedge funds são apelidados de "Gurus". Pois é sobre o ETF GURU que vamos falar hoje.

O objetivo do fundo é muito simples. Através do preenchimento do formulário 13F que os Hedge funds americanos têm de fazer, o GURU analisa todos esses formulários e depois compra os produtos que forem mais famosos.

Vantagens

  • Low Cost - O custo anual de um Hedge fund ronda os 2%, mas este ETF tem um custo anual de 0,75%. Os investidores aproveitam as análises dos gestores destes fundos sem necessitarem de pagar tanto por esse serviço;
  • Quantidade - Duas cabeças pensam melhor do que uma, e este ETF beneficia disso mesmo. Ao observar todos os formulários disponíveis, podem aplicar o capital de acordo com o consenso da maioria dos gestores de Hedge funds.
  • Acessibilidade - Os investidores tradicionais não têm acesso aos Hedge funds, mas com este ETF já podem ter.

Desvantagens

  • Informação - Os formulários só têm de ser preenchidos até 45 dias depois de cada trimestre. Isso significa que o Hedge fund pode já nem ter um produto em carteira. Os formulários não obrigam os Hedge funds a informarem sobre as posições curtas que têm em carteira, nem sobre produtos estrangeiros que tenham em carteira;
  • Alavancagem - Este ETF pode utilizar alavancagem para aumentar os seus ganhos, ou as suas perdas.

Retornos


O gráfico em cima mostra os retornos de 2012 até 30 de Junho de 2017. Até meados de 2015 observamos que o ETF GURU bateu o índice S&P 500, mas podemos mais uma vez observar que uma estratégia passiva ganha sempre a uma estratégia ativa.
Podemos também observar que o GURU tem movimentos mais voláteis, mas isso é normal dado que estamos a falar de investimentos que os Hedge fund fazem, logo mais voláteis.

Notas Finais

Faz sentido ter este ETF em carteira se queremos ter uma percentagem da nossa carteira alocada aos Hedge funds, no entanto podemos ver que a gestão passiva traz um retorno maior que uma gestão ativa. Ainda assim, este ETF tem uma estratégia provada através dos seus retornos e baixo custo ao longo dos anos.




quinta-feira, 27 de julho de 2017

Dois anos com a Raize!

Há um ano escrevi o meu primeiro artigo sobre a Raize, aqui. Desde então a plataforma tem crescido a um ritmo muito interessante, como as estatísticas mostram.

Quase 7 milhões de Euros em financiamento e com mais de 11000 utilizadores mostra que a Raize tem pernas para andar neste mundo dos financiamentos B2B.
Em média, os investidores estão com uma taxa de juro de 7,53%. Mesmo com o capital em incumprimento podemos verificar que o retorno continua a ser bastante interessante. desde o lançamento a plataforma tem 0,25% do crédito dado como incobrável. Em termos de valores reais, estamos a falar de 14877,50€ que ficaram por receber.

O meu caso concreto

Falando na minha conta apenas, posso-vos dizer que tenho cerca de 250€ investidos em 21 empresas. Infelizmente o montante mínimo é demasiado elevado para ter uma estratégia de diversificação mais aceitável (cerca de 5% em cada empresa), mas felizmente as empresas vão pagando.
Dos 21 empréstimos em carteira já tive casos em que as empresas demoraram a pagar uma prestação. Algumas atrasaram-se algumas prestações devido a dificuldades de tesouraria, diz a Raize.

A Angopoças atrasou-se algumas prestações mas depois acabou por amortizar o empréstimo antecipadamente. Ainda bem que isso aconteceu pois hoje mesmo fui ver a empresa e encontra-se em processo de insolvência. Este caso poderia ter corrido muito pior para os investidores.

Apesar de não ter acontecido a mim, existem investidores que têm uma empresa em carteira que sofreu um PER (Plano Especial de Revitalização). O prazo de amortização foi alargado para mais de 100 prestações, com uma taxa de juro muito abaixo do previsto inicialmente. Apesar deste inconveniente, é melhor receber mais tarde que nunca.

Estou neste momento com uma empresa em atraso. A Pneus União está com 6 prestações em atraso. Supostamente isto deveria ter sido colocado em recuperação mas a Raize não se encontra a cumprir com o estipulado, como podem ver aqui.

Ainda assim estou com uma TANB de 7%. Esta TANB faz a média da taxa de juro dos empréstimos em carteira. Alerto para o facto das prestações dos empréstimos serem feitas através de capital e juro. Ou seja, como estamos a receber capital temos de ter o cuidado de voltar a colocar esse capital a render, senão vamos estar com uma taxa de juro que não corresponde à realidade. Esta TANB também não tem em conta todo o tempo que demora deste o momento em que a Raize retém capital e o empréstimo efetivamente começa (vamos abordar isso mais à frente).

Notas Finais

Apesar do modelo não estar completamente afinado, a Raize apresentou uma proposta de valor muito interessante para os investidores no nosso país. O que acham da Raize?

terça-feira, 19 de julho de 2016

Como diversificar os nossos investimentos

A diversificação é um dos factores mais importantes para garantir a maior eficiência da nossa carteira. Como existem sempre algumas dúvidas sobre esse assunto, hoje faço uma ligeira introdução ao tema.

Exemplo

Imaginemos que temos uma acção B que queremos investir. Essa acção é de um sector que queremos ter na nossa carteira. Tem um rendimento bastante interessante, mas também tem um risco equivalente. Apresentamos em baixo o gráfico de rendibilidade e risco.

De forma a não passarmos de um rendimento de 2% para uma perda de 5%, é necessário diminuir o risco investindo noutra acção desse mesmo sector, mas com menos volatilidade. Chamemos a essa acção A. A rendibilidade de A e a volatilidade estão na tabela em baixo.
 A volatilidade é metade da acção anterior, mas ainda assim temos alguns períodos negativos. Os períodos positivos revelam uma acção com menos risco, mas também revela menos rendimento para os seus investidores. Ainda assim, esta acção é fundamental para garantir uma boa eficiência nesta carteira composta por duas acções. Em baixo é apresentado a diversificação entre as duas acções, admitindo que este investidor investiu colocou o mesmo capital nas duas acções.
 É evidente que a acção A prejudica a nossa carteira, em relação aos rendimentos positivos, mas beneficia a carteira em períodos negativos. Não podemos ser gananciosos e querer ganhar o máximo, deveremos sim querer ganhar o suficiente para o risco que estamos a assumir (ser eficientes), como se pode ver nesta carteira. A volatilidade da nossa carteira está a uns estáveis 2,80%, ao mesmo tempo que a rendibilidade foi estabilizada.
No gráfico em baixo temos a rendibilidade das duas acções em cima. A linha amarela representa a rendibilidade ao diversificarmos, em detrimento de termos apenas uma das acções na nossa carteira.
Acima de tudo, diversificar traz vantagens, mas também desvantagens. Vamos verificar então os dois espectros da diversificação.

Vantagens

  • Diminui o risco da nossa carteira;
  • Previne a perda de capital caso uma das empresas esteja com dificuldades: A Apple tem estado com problemas relativamente a terem falhado as expectativas dos analistas. Com a diversificação teríamos uma perda menor dado que teríamos mais empresas do setor na carteira;
  • Permite estabilizar a rendibilidade global da nossa carteira;
  • Dá mais valias proporcionais aos diferentes sectores de mercado;
  • Facilidade de diversificação com baixo capital: Os ETF's e os fundos de investimento são ideais para diversificarmos os nossos investimentos;
  • Permite ajustar a agressividade do portefólio: Podemos definir uma percentagem para ajustar a agressividade do portefólio. Portefólios mais agressivos colocam mais capital em acções mais arriscadas.

Desvantagens

  • É necessário equilibrar o portefólio: A cada ano que passa, dado que uma acção dá mais rendibilidade que outra, teremos de vender algumas acções de uma delas para manter a percentagem de investimento em cada uma;
  • Alguma perda de rendibilidade: Dado que diversificamos, as acções com mais rendibilidade vão ser diluidas por acções com menos rendibilidade;
  • Custos de transacção: No caso em que o investimento seja em acções diretas, a cada acção que colocamos na carteira estamos a aumentar os custos de transacção. É, por isso, ideal diversificar através de fundos de investimento ou ETF's.

Notas Finais

Pudemos observar que a diversificação é um tema crucial para o bom desempenho dos nossos investimentos. Uma diversificação deficiente poderá comprometer ganhos futuros e, inclusive, significar perda de capital. Assim, é fundamental diversificarmos através de um conjunto de acções, de setores ou de países, para garantir o sucesso dos nossos investimentos.