quinta-feira, 27 de julho de 2017

Dois anos com a Raize!

Há um ano escrevi o meu primeiro artigo sobre a Raize, aqui. Desde então a plataforma tem crescido a um ritmo muito interessante, como as estatísticas mostram.

Quase 7 milhões de Euros em financiamento e com mais de 11000 utilizadores mostra que a Raize tem pernas para andar neste mundo dos financiamentos B2B.
Em média, os investidores estão com uma taxa de juro de 7,53%. Mesmo com o capital em incumprimento podemos verificar que o retorno continua a ser bastante interessante. desde o lançamento a plataforma tem 0,25% do crédito dado como incobrável. Em termos de valores reais, estamos a falar de 14877,50€ que ficaram por receber.

O meu caso concreto

Falando na minha conta apenas, posso-vos dizer que tenho cerca de 250€ investidos em 21 empresas. Infelizmente o montante mínimo é demasiado elevado para ter uma estratégia de diversificação mais aceitável (cerca de 5% em cada empresa), mas felizmente as empresas vão pagando.
Dos 21 empréstimos em carteira já tive casos em que as empresas demoraram a pagar uma prestação. Algumas atrasaram-se algumas prestações devido a dificuldades de tesouraria, diz a Raize.

A Angopoças atrasou-se algumas prestações mas depois acabou por amortizar o empréstimo antecipadamente. Ainda bem que isso aconteceu pois hoje mesmo fui ver a empresa e encontra-se em processo de insolvência. Este caso poderia ter corrido muito pior para os investidores.

Apesar de não ter acontecido a mim, existem investidores que têm uma empresa em carteira que sofreu um PER (Plano Especial de Revitalização). O prazo de amortização foi alargado para mais de 100 prestações, com uma taxa de juro muito abaixo do previsto inicialmente. Apesar deste inconveniente, é melhor receber mais tarde que nunca.

Estou neste momento com uma empresa em atraso. A Pneus União está com 6 prestações em atraso. Supostamente isto deveria ter sido colocado em recuperação mas a Raize não se encontra a cumprir com o estipulado, como podem ver aqui.

Ainda assim estou com uma TANB de 7%. Esta TANB faz a média da taxa de juro dos empréstimos em carteira. Alerto para o facto das prestações dos empréstimos serem feitas através de capital e juro. Ou seja, como estamos a receber capital temos de ter o cuidado de voltar a colocar esse capital a render, senão vamos estar com uma taxa de juro que não corresponde à realidade. Esta TANB também não tem em conta todo o tempo que demora deste o momento em que a Raize retém capital e o empréstimo efetivamente começa (vamos abordar isso mais à frente).

Notas Finais

Apesar do modelo não estar completamente afinado, a Raize apresentou uma proposta de valor muito interessante para os investidores no nosso país. O que acham da Raize?