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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O que é o Fundo de Garantia de Depósitos?

Quando um investidor faz um depósito a prazo, quer seja ao balcão ou online, tem de concordar com as informações da Ficha de Informação Normalizada. A Ficha de Informação Normalizada é uma ficha padrão, disponibilizada pelo banco de portugal, para todos os depósitos a prazo (entre outras coisas). Nela, os investidor podem consultar prazos, comissões, mínimos de constituição e, claro, o Fundo de Garantia de Depósitos.
O Fundo de Garantia de Depósitos está presente em todos os depósitos a prazo ou à ordem que um cliente tenha, até ao limite de 100000€. Este fundo serve para cobrir possíveis problemas financeiros que os bancos possam vir a ter. Até existe um website dedicado a isso e tudo!

Quando o Banco Privado Português, o BANIF, o Banco Popular, o Banco Português de Negócios e o Banco Espírito Santo faliram, o Fundo de Garantia de Depósitos serviu para pagar todos os depósitos que os cliente tinham, até 100000€. Apenas os grandes clientes, ou os clientes que subscreveram produtos fora da cobertura deste fundo é que ficaram sem parte do capital inicialmente investido.
Uma rápida consulta do último relatório e contas (neste caso é de 2015) indica o valor total de depósitos à ordem e a prazo que os clientes têm nas instituições Portuguesas. A diferença dos depósitos elegíveis para o montante coberto corresponde ao valor não coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos, uma vez que ultrapassa os 100000€.

O fundo tem dinheiro suficiente?

A resposta certa é: depende.
Em 2015 o Fundo de Garantia de Depósitos tinha em sua posse 1550,3 milhões de euros. Ou seja, pouco mais de 1,2% das necessidades necessárias possíveis, no pior cenário possível. Se amanhã todos os bancos falissem, o Fundo de Garantia de Depósitos não iria conseguir sustentar as necessidades financeiras de todos os clientes. Mas, mesmo que esse cenário impossível aconteça, temos de pensar que o governo deverá injetar dinheiro no Fundo para que ninguém fique sem as suas poupanças.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Porque razão existem Obrigações com taxas negativas?

Começamos hoje com uma imagem. O gráfico em cima mostra as taxas de juro de $47,3 biliões em obrigações, dentro de 24 moedas diferentes e desde obrigações de países em desenvolvimento e países desenvolvidos. O resultado do gráfico mostra uma tendência algo preocupante. Mais de 20% das obrigações emitidas são a juros negativos, e mais de metade têm uma taxa de juro inferior a 1%.

Mas porque razão isto está a acontecer?

Apesar de existirem obrigações com taxas de juros negativas desde 2012, este fenómeno aumentou desde que o Banco Central Europeu decidiu cortar a taxa de depósitos para valores negativos em 2014. Assim, o BCE está a fomentar o crescimento da sua economia, aliciando os investidores para retornos mais apelativos em outras áreas de investimento como Acções, Futuros e Obrigações de países em desenvolvimento.
Com isto a acrescer ao facto do Reino Unido ter perdido para sair da União Europeia e haver suspeitas de que o sistema bancário Italiano está com problemas graves, os investidores estão com bastante receio do futuro.

Em alturas de volatilidade os investidores não têm muito por onde escolher. Se continuarem com os seus investimentos nessas zonas geográficas vão ter períodos de elevada volatilidade e vão perder dinheiro, mas ao investirem nesta obrigações têm a segurança de que vão perder apenas uma percentagem do seu capital.
Para nós, os pequenos investidores, não existem razões para alterarmos a nossa carteira, mas convém entendermos o que está a acontecer na Europa e no mundo.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Como Interpretar Fichas Morningstar

Como investidores de fundos de investimento, por vezes encontramos indicadores que poderemos não entender plenamente. Hoje vamos utilizar uma ficha Morningstar, lançada pelo Banco Best, ao fundo Franklin Biotech.
Assim sendo, vamos começar a interpretar indicadores.

Gráfico

O gráfico indicam-nos duas coisas bastante importantes. De forma a conseguirmos garantir um investimento activo com mais valias face a um investimento passivo, temos de observar se o fundo consegue alcançar uma rendibilidade mais alta que o índice que tenta "bater". No caso do fundo em cima, o fundo fica abaixo da rendibilidade do mercado. Existe um indicador que nos vai dizer a mesma informação.

Medidores de Risco

Alfa

O alfa dá a mesma interpretação que podemos ver no gráfico. É utilizado para medir a qualidade do modelo de gestão, e não existe qualquer razão para não haver outro. Um valor de alfa positivo significa que o fundo está a ter mais valias que o mercado, ou seja, que está a acrescentar valor à sua carteira. No caso do fundo em cima podemos ver, mais uma vez, que a equipa de gestão não está a conseguir bater o mercado.

Beta

O beta indica-nos, de certa maneira, a volatilidade do fundo face ao mercado. Um valor de 1 é equivalente ao fundo ter um movimento equivalente ao mercado. Valores superiores a 1 indicam-nos que o fundo terá valorizações superiores ao mercado (tanto para cima, como para baixo), e valores inferiores a uma unidade dão-nos o resultado de que o fundo é menos sensível aos movimentos do índice. No caso em análise podemos traduzir que uma variação de 10% no índice nos dá uma variação de 11,5% aos investidores.

R^2

Diria que este indicador é o segundo mais importante para medir o desempenho da equipa de gestão. Oscila entre 0 e 100, em que o valor 100 nos indica que a equipa de gestão copia o índice que tenta "bater". É aqui que muitos fundos são alvos de críticas por copiarem o mercado e cobrarem uma percentagem de custos de gestão, apesar de não acrescentarem valor ao fundo. Por norma, é aceitável existirem fundos com valores de 0 a 70, tendo em conta que copiam, no máximo, 70% do mercado.
No caso em análise, a equipa de gestão copia o índice em cerca de 77%.

Rácio de Informação

O Rácio de Informação mede a competência do gestor e da sua equipa de investimentos. É calculado usando o retorno activo do gestor a dividir pelo risco assumido por esse retorno. Valores altos neste indicador indicam retornos muito maiores relativamente ao risco assumido. No caso em cima podemos verificar que existe um valor negativo, indicando uma má gestão do risco pela equipa de investimentos.

Tracking Error

Este indicador diz-nos até que ponto é que o gestor é ativo. Elevados valores indicam que o gestor se afasta bastante do seu índice de referência. No caso em análise podemos observar que o gestor se afasta do seu índice de referência.

Rácio de Sharpe

O rácio de sharpe é um indicador que relaciona o retorno com o risco assumido. Através do valor indicado, podemos determinar se um fundo teve melhor desempenho do que um ativo isento de risco. Para o fundo alcançar valores positivos é necessário que tenha um desempenho superior ao do activo isento de risco. Valores elevados indicam um bom desempenho em termos de rendibilidade, ou em termos de baixo risco. Podemos interpretar o valor indicado no caso em análise como um retorno quase igual ao activo sem risco.

Desvio Padrão (a 3 anos)

Este indicador é calculado através da raiz quadrada da volatilidade, como alguns estudantes de estatística se devem lembrar. Através deste indicador poderemos determinar o risco do fundo, tendo em conta a variação registada nos anos em análise. Valores mais altos indicam uma variação mais agressiva dos rendimentos, enquanto que valores mais baixos representam uma variação mais baixa.
O fundo em análise tem um desvio padrão de quase 30%. Se, no ano passado a rendibilidade do fundo foi de 30%, poderemos interpretar que os investidores poderiam ter ganho 60% ou 0% durante o período que esse fundo esteve em carteira.

Notas Finais

Vamos agora analizar o fundo no seu global. Como já devem ter reparado, durante esta mensagem não me faltaram criticas em relação a este fundo. Ainda assim, convém escrever objectivamente as razões que me levaram a criticar o fundo.
Não iria investir num fundo que não é activo o suficiente (R^2), é simultaneamente mais volátil que o mercado e com um desvio padrão demasiado elevado (Beta e Desvio Padrão) e, finalmente, não tem um valor positivo no rácio de informação.
Neste artigo não referi o sector do fundo, pelo que irei fazer uma análise a outras zonas da folha da Morningstar noutros artigos.