quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Recomendações - Porque não confiar?

Acredito que todos já tenham recebido na vossa caixa de entrada do e-mail uma newsletter do vosso banco com uma análise de recomendações e price-targets. Ora bem, hoje vamos falar sobre isso, e porque razão não deveremos confiar nessas recomendações.
Recomendo que todos façam um exercício. Ouvem um analista a dizer que recomenda que todos comprem CTT e apontam essa informação num papel. Passado 3 meses vêm esse mesmo papel e decidem então comprar nos CTT. Faz sentido? Eu também acho que não.
Como exemplo tenho aqui uma newsletter do Millennium BCP. Podem ver o preço das cotadas e as respetivas recomendações. Ora, como está o mercado, existem alguma cotadas que estão muito atrativas e outras que estão muito caras.
No fim de todas as newsletters temos uma informação que eu, pessoalmente, não acredito que 10% dos clientes leia. A informação está lá e, caso sejam chamados à responsabilidade, é opção do cliente não ler a última parte que aborda o tema das "Declarações".
Ora, o ponto 9 da elaboração de recomendações de investimento indica que, habitualmente, as valorizações por parte da equipa de analistas apenas é atualizada entre 3 e 9 meses. Já chegámos ao ponto onde eu queria chegar, sobre as recomendações e price-targets.

É muito importante para todos os investidores lerem todas as informações prestadas pelo banco, dado que poderão chegar ao cúmulo de investir com um atraso de até 9 meses, com as condições de mercado totalmente trocadas. Acredito que não preciso de me alongar mais sobre este tema, e que todos os leitores tenham entendido a importância de fazer o trabalho de casa e apenas consultar os analistas para confirmar se a nossa análise está correta ou não.