quinta-feira, 30 de novembro de 2017

25 Anos de Recuperação do Mercado?

No último dia de Novembro decido recuperar um mito que aparece quando o mercado está a descer. Com a descida do mercado o medo dos investidores começa a subir proporcionalmente, com alguns cépticos a lembrarem-se dos 25 anos de recuperação na crise de 1929. Mas será isto verdade?

Este gráfico, retirado do histórico do DJIA (Dow Jones Industrial Average) revela que realmente demorou 25 anos para este índice voltar aos preços de 1929. A crise de 1929 e outros eventos macroeconómicos gerou o pânico nos investidores, mas vamos ver os dados para ver se é mesmo verdade.
O próprio New York Times dissecou os dados para nos dar a realidade. Afinal não demorou 25 anos, mas sim pouco mais de 4 anos para o mercado recuperar. Este artigo indica que, um investidor que entrou no mercado em 1929 recuperou o seu capital pouco depois de 1936, ou seja, menos de 4 anos e meio do crash. Houve factos que os cépticos decidiram ocultar. Como? Isso é o que vamos ver.

Deflação

A deflação ocorre quando os preços de um determinado conjunto de bens desce com o tempo. Como os preços descem o nosso dinheiro vale mais. Os consumidores estão habituados à inflação, que é precisamente o oposto.
A grande depressão de 1929 causou que os preços diminuíssem com o passar do tempo. De 1929 a 1936 verificou-se que os preços baixaram mais de 18%!

Dividendos

Os dividendos foram bastante elevados durante a década de 1930. Com o DJIA a valer 41,22$, as empresas davam um dividendo de 14%. Se o investidor reinvestisse estes dividendos, o período de recuperação teria sido muito mais rápido. Como é óbvio os dividendos não foram considerados no período de recuperação do índice.

DJIA vs. o Mercado

Muitos economistas consideram o mercado como um todo na sua análise. O índice DJIA apresenta muitas limitações, infelizmente. Uma das maiores limitações é o facto deste índice considerar os preços e não a capitalização de mercado das acções dentro do índice. Essa limitação traz consequências, como a retirada da IBM do índice. A IBM foi uma das acções com o melhor desempenho na década de 1940. Infelizmente o DJIA não a tinha em carteira nessa altura, e o índice não recuperou tanto como poderia ter recuperado, graças a essa retirada.

Notas Finais

Esta informação dada pela Ibbotson Associates (uma divisão da Morningstar) indica que esta recuperação foi muito rápida. Se tivermos em conta que o mercado perdeu 80% do valor no crash de 1929, o período de recuperação foi até bastante generoso para os investidores. Quem não acredita pode ficar de fora, mas é preciso ter em conta que o mercado sempre recuperou dos seus deslizes.