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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Qual o melhor Supermercado de Fundos de Investimento

Em 2015 o Observador colocou um artigo a falar sobre os supermercados de fundos. Agora, em 2017, vamos abordar este tema pela primeira vez aqui. Ora bem, quando falamos em supermercados de fundos de investimento falamos em bancos que têm todo o tipo de fundos de investimento, de várias gestoras nacionais e internacionais.

A Banca Tradicional

Infelizmente a oferta disponível na banca tradicional é muito pobre. Como a banca tradicional procura clientes que queiram créditos, depósitos a prazo, cartões de crédito e seguro, o negócio foge do investimento na oferta de fundos de investimento. Não se devem subscrever fundos de investimento através da banca nacional dado que a oferta é muito pobre, mas existem casos pontuais.
Existem fundos de investimento nacionais bastante interessantes e disponíveis para subscrição através da banca tradicional. Um exemplo é o NB Obrigações Europa, disponível para subscrição no Novo Banco.

Uma simples leitura do website do Santander indica que todos os fundos disponíveis para subscrição são do Santander. O Millennium BCP já tem uma oferta maior, apresentando uma oferta de 161 fundos de investimento com alguma oferta internacional. Ainda assim, essa oferta fica muito distante da banca online, que vamos falar em seguida.

A Banca Online

É aqui onde existe mais oferta de fundos de investimento. através do seu gestor de conta pode obter conselhos sobre que produtos subscrever e a alocação mais desejada para o seu perfil de risco.

O banco Best lidera a oferta de fundos de investimento. São 2854 fundos disponíveis para o investidor escolher. Por isso mesmo é que é importante falar com o seu gestor de conta, pois um investidor pode-se sentir perdido no meio de tanta oferta.

O BIG fica em segundo lugar com um total de 1071 fundos disponíveis. Apesar duma robusta oferta, a realidade é que o banco conta com o Fund Advisor para aconselhar os clientes acerca dos fundos que deve escolher, de acordo com o seu perfil de risco.

O Activobank tem uma oferta de fundos de investimento mais pobre, apenas com 634. Aqui já se nota algumas limitações na oferta aos investidores. Já houve vezes em que questionei sobre fundos de investimento de obrigações com dividendos e foi-me negado pois não existia oferta para a minha procura. Felizmente o banco Best tinha essa oferta e pude subscrever um fundo de obrigações junto do banco Best. No entanto o Activobank pode ter mínimos de subscrição mais brandos. Já tive fundos que reforcei através do Activobank pois apenas necessitava de reforçar com um mínimo de 50€, em vez dos 1000€ pedidos no banco Best. Como é óbvio isto são situações pontuais, que o investidor pode ver caso a caso quando escolher os fundos de investimento.

Por últimos temos o banco Invest com 497 fundos de investimento disponíveis. O banco Invest não tem como prioridade apresentar uma grande oferta de fundos de investimento, mas sim de apresentar alternativas interessantes para os seus clientes. Ainda assim o banco Invest tem fundos de investimento essenciais para os investidores, e até agora não senti nenhuma limitação na oferta dos fundos de investimento.

Notas Finais

Os fundos de investimento são uma alternativa de investimento interessante. Os investidores têm é de ter cuidado com os fundos de investimento que subscrevem, dado que podem existir fundos de investimento muito mais interessantes para o mesmo risco.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Perigo de Alavancagem com as Cryptocurrencies

Depois de termos falado aqui sobre os perigos da alavancagem, hoje vamos focar um tema mais recente, as Cryptocurrencies. As Cryptocurrencies ganharam bastante notoriedade nos últimos meses graças à ganancia de "investidores" que estão à espera de um lucro fácil. As corretoras de bolsa criaram oferta para este aumento da procura repentino, oferecendo instrumentos para negociar as moedas mais famosas.
O problema disto é o facto dos "investidores" não saberem o que é o Risco e o conceito de avaliação de um investimento. Ora, se esta nova rede de "investidores" não sabe isso, porque razão haveria de saber o conceito de alavancagem?
Infelizmente a maioria dos investidores perde dinheiro a transaccionar pares cambiais, e a volatilidade dessa classe de  ativos não se compara com a volatilidade do Bitcoin ou do Ethereum.
No gráfico em cima, retirado daqui, podemos comparar a volatilidade do par cambial mais liquido do Forex (USD/EUR) a amarelo com a volatilidade do Bitcoin e do Ethereum, a azul e verde.
Podemos ver que, por dia, a volatilidade chega a ultrapassar os 5% para o Ethereum e anda por volta dos 2% no Bitcoin. A volatilidade neste tipo de ativos é bastante grande, por isso não é aceitável utilizar alavancagem. Para se utilizar a alavancagem teremos de ter cuidado em ter uma gestão de risco muito conservadora. Infelizmente nem todos os "investidores" podem ter conhecimento sobre isto, por isso é que eu alerto por preocupação de perdas totais do capital investido.
O mercado das Cryptocurrencies valia $117 mil milhões apenas há um mês atrás. A 13 de Julho o mesmo mercado valia $88 mil milhões. Não é possível olhar para o lado para esta desvalorização, infelizmente. Podem ver a capitalização de mercado de todas as Cryptocurrencies aqui.

Notas Finais

O investimento com alavancagem poderá significar perdas totais do capital investido. Em períodos de elevada volatilidade os investidores poderão perder mais do que todo o montante investido. No caso de investirem nesta classe de ativos com alavancagem, aconselha-se uma gestão do risco muito cautelosa e conservadora.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Análise à Raize

Depois de comemorar dois anos a investir com a Raize decidi fazer uma análise mais aprofundada ao modelo de negócio da Raize, assim como referir algumas particularidades interessantes no modelo de negócio. Para chegar a todos os valores e cálculos irei utilizar o ficheiro excel com todas as estatísticas relativamente a todos os empréstimo na Raize, disponível aqui.

Como é que a Raize faz dinheiro?

A pergunta é muito interessante. Dado que os investidores não têm nenhum custo e estamos a eliminar o banco (intermediário), como é que a Raize ganha dinheiro?
Ora, através do ponto 16 das condições Gerais, a Raize cobra 3% por todos os empréstimos financiados na plataforma.
De Dezembro de 2014 a Maio de 2017 a Raize já ganhou 178.530€ a cobrar essa comissão.

O que significa risco A, B ou C+?


Existem 6 bandas de risco na Raize. Um empréstimo com risco a tem muito mais probabilidade de sucesso que uma empresa de risco C. Riscos mais elevados comportam rendimentos mais elevados, mas mesmo assim é necessário adotar uma estratégia de diversificação para minimizar as possíveis perdas de capital.

E se a empresa quiser pagar tudo antes do fim do empréstimo?

O reembolso antecipado é uma possibilidade. Todos os contratos de mútuo tem essa possibilidade prevista. Caso isso aconteça, a empresa tem de pagar aos investidores 20% dos juros futuros que o investidor iria receber.

Os relatórios das empresas estão sempre corretos?

Nem sempre. É preciso saber contabilidade para detectar alguns erros graves. Como sabemos, as empresas tentam sempre fugir ao fisco e às vezes até declaram despesas acima do previsto. Apesar da realidade nos casos em baixo não ser essa, falta algumas informações para chegarmos a alguma resposta concreta.
Chegamos a um primeiro caso. Este balanço não está feito da forma mais correta. Podemos observar que pode ter havido um engano ao contabilizar os ativos, uma vez que existe um valor negativo em equipamento biológico e o mesmo valor positivo em outros ativos fixos tangíveis. Para além disso, apesar do resultado líquido do período apresentar valores positivos, os resultados transitados (para onde vai os valores do resultado líquido do período + reservas) não apresenta os valores mais transparentes. Seria preciso averiguar para saber concretamente a que se deve esta discrepância. 

Mais uma vez este balanço está com erros graves. Não existem depreciações dos ativos fixos. Parece que a empresa está a depreciar o ativo pelo valor bruto (não sabendo bem que movimento contabilístico é este) e não contabiliza as depreciações. Para além disso, o resultado líquido é outra vez positivo mas os resultados transitados apresenta discrepâncias.

Chegamos a mais erros graves de contabilidade. Esta empresa não está a depreciar o equipamento básico e está a depreciar a mais o equipamento administrativo e outros AFT. Ora bem, não é preciso alongar-me muito neste tema, mas quando fazemos uma depreciação estamos a retirar valor ao que temos. Como é óbvio o limite é 0 e não podemos dizer que algo que temos vale -449€, por exemplo.

A taxa de juro é real?

Existe uma diferença entre a taxa de juro bruta e real, dado que pagamos 28% de imposto sobre os juros. Mas, assumindo que a taxa de juro bruta é igual à taxa de juro real, mesmo assim esta percentagem não corresponde à realidade. A Raize utiliza um sistema de pagamentos igual ao dos bancos. Basicamente cada prestação tem uma percentagem de amortização de capital e outra percentagem de juros. Ao inicio pagamos mais juro pois temos mais capital para amortizar mas depois os juros vão baixando de percentagem (como podem observar pela tabela em cima). Ora, como existe pagamento do montante em dívida, esse montante pago deixa de estar abrangido pela taxa de juro que temos no empréstimo. Para termos uma taxa de juro igual à que está no contrato temos de continuar a investir esse capital que já foi pago.
Para além disso a taxa de juro acordada não contabiliza o tempo em que o nosso capital fica retido para o empréstimo e a data em que ele efetivamente começa.

E se a empresa não pagar a tempo?

Supostamente a Raize dá 3 meses para que a empresa pague o montante em dívida. Passado esse tempo supostamente a empresa entra em incumprimento definitivo. Isso está no contrato mas sei, através da minha própria conta, que a Raize não cumpre com esta condição.
Por exemplo, a Pneus União está neste momento com 6 prestações em atraso. Já passou o dobro do tempo que a Raize dá no contrato, mas mesmo assim a Raize não está a colocar este empréstimo em recuperação.
O ponto 16 das condições gerais da Raize refere ainda: "A RAIZE cobrará a Empresas com pagamentos em atraso uma comissão de 50 € por semana por prestação em atraso por esforços relacionados com a recuperação de prestações em atraso, às quais poderão acrescer outras despesas e honorários tal como previsto no contrato de mútuo."
Infelizmente este valor rapidamente se acumula. Se a comissão de 50€ é por prestação E por semana, é mais barato ficar em incumprimento com o banco do que com a Raize.

Quem me representa quando as coisas correm mal?

O ponto 15 das condições gerais indica que:
O Investidor declara expressamente que consente que a RAIZE atue em sua representação no âmbito do cumprimento dos contratos de mútuo que este venha a celebrar através da Plataforma RAIZE, incluindo em eventuais procedimentos de restruturação ou procedimentos judiciais e/ou extrajudiciais de recuperação de créditos, tais como acordos de restruturação ou em Assembleias de Credores de Empresas em Insolvência ou Situação de Insolvência. (...) O Investidor terá 5 dias para impedir esta cessão de posição, caso decida prosseguir com o processo judicial pessoalmente e separadamente.
Ou seja, por norma é a Raize que representa o investidor, a não ser que o investidor queira fazer esse processo separadamente, pelo que terá de referir isso à Raize num prazo de 5 dias.

Notas Finais

Acima de tudo, o investidor tem de saber que emprestar a empresas pode resultar em perdas no capital investido. A Raize continua com muitas arestas por limar e esperemos que, com a continuação da plataforma, estas arestas sejam limadas.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

[Forex] Como fazer Gestão do Risco?

Nos mercados cambiais temos de olhar para a gestão do risco com bons olhos. É verdade que, por vezes os investidores estão tão focados, confiantes e ansiosos que estão dispostos a iniciarem a sua negociação em pares cambiais sem olharem para a gestão do risco.
Infelizmente, este tipo de investidores não estão a investir, estão a apostar.
A gestão do risco é algo que deve ser visto com bons olhos, dado que pode proteger o nosso capital no longo prazo. Através da gestão do risco poderemos alcançar ganhos bastante interessantes se nos mantivermos dentro dos parâmetros que vamos agora abordar.

Capital Inicial

O capital inicial é algo fundamental para negociar pares cambiais. Para fazermos dinheiro é necessário termos dinheiro, mas quanto? O capital inicial deve ser algo muito ponderado pelo investidor, dado que pouco capital inicial poderá limitar o limite da nossa negociação, assim como ter problemas relativamente à aplicação de uma boa gestão do risco.
Existem brokers Portuguesas e Internacionais que permitem a abertura de contas forex com um capital mínimo de $25, mas isso não quer dizer que deveremos começar a negociar com esse capital.
Dependendo dos lotes, ou unidades de compra, poderemos começar a negociar com um capital de €1000.

Alavancagem Indicada

Existem diversos tipos de alavancagem que podemos escolher quando abrimos uma conta numa broker, podendo até alterar essa decisão mais tarde. A alavancagem é, nada mais nada menos do que um empréstimo que o corretor irá fazer ao cliente. Uma alavancagem de 1:10 indica que o corretor está a dar-nos a capacidade de negociar até 10 vezes o nosso capital. Assim, 1000€ traduzem-se em 10000€ de capacidade de negociação.
A alavancagem permite aumentar os nossos ganhos exponencialmente mas, infelizmente, também as nossas perdas. Apesar de termos 10000€ de poder de negociação, assim que só tivermos 300€ (uma perda de 70% do nosso capital inicial), será dada ordem de fecho de todas as nossas posições. A isto dá-se o nome de Margin Call, que iremos falar mais à frente.
Quanto mais alavancagem tivermos, mais juros teremos de pagar ao nosso corretor todos os dias. Sobre o montante que é emprestado ao cliente, será aplicada uma taxa de juro de acordo com a diferença dos pares cambiais que estamos a negociar. Existem casos em que é possível estarmos a ganhar dinheiro devido a termos uma taxa de juro favorável aos clientes.
Assim sendo, numa fase inicial é aconselhável não alavancar muito, dado que a alavancagem pode ser nossa inimiga.

Lotes (ou unidades) a Negociar por Trade

O valor de um lote (ou 1000 unidades) difere de par cambial para par cambial. Isto porque as moedas têm valores diferentes face à moeda do país em que nos encontramos (neste caso o euro em Portugal). Ainda assim, cabe ao investidor ter uma noção do valor que não deve ultrapassar em cada trade. Por exemplo, caso o investidor tenha um capital de 10000€ e esteja a investir 1000€ em cada trade, bastam 10 trades para esse investidor perder todo o capital inicial.
É muito importante saber a percentagem de capital que nunca deveremos ultrapassar e, por isso, fiz o gráfico em cima para dar uma noção dos diferentes valores investidos por trade. Mais uma vez consideramos um capital inicial de 10000€.
A realidade é que apostar 10% do nosso capital é muito arriscado nos pares cambiais. Com 10 trades perdedores consecutivos, podemos observar que a conta deixa de ter capital, o que é francamente desapontante para esse investidor. Existe uma probabilidade grande que 10 trades perdedores consecutivos existam. Basta pensar que o investidor não está a seguir o seu plano delineado, não está a ser feita uma correta análise ou então que simplesmente os mercados financeiros estejam num mau trimestre.
Um investimento de 5% por trade já nos dá uma almofada maior, mas com 20 trades consecutivos para que o investidor perca a totalidade do capital investido, ainda é algo que não se encontra muito bem na minha gestão do risco pessoal.
Já o investimento de 2% nos deixa com 50 trades negativos para que a conta fique a 0. É uma boa opção dado que estamos a fazer uma boa gestão do risco, ao deixar que o investidor se aperceba que o seu plano de trading poderá não ser o melhor ou que não esteja a seguir o seu plano. Esta almofada dá ao investidor a possibilidade de se aperceber que alguma coisa está a correr mal e mudar a estratégia a tempo de recuperar algum capital perdido.
Finalmente o investimento de 1% é o mais seguro, mas ao mesmo tempo o que poderá dar menos rendimento no longo prazo. Com 100 trades para a conta chegar a 0, é um tipo de gestão de risco aconselhado para os investidores mais aversos ao risco, mas que ainda assim queiram investir nos pares cambiais.
Assim, cabe ao investidor escolher a estratégia que lhe dá um risco beneficio interessante para a sua conta e para o seu plano de trading.

Margin Call

O Margin Call, ou a margem mínima de manutenção, é uma forma de protecção do investidor. Todas as contas de trading normalmente têm este tipo de protecção, completamente gratuita. Por norma os investidores com menos conhecimentos não gostas desta protecção porque lhes fecha as posições sem que os clientes queiram, mas é um mecanismo que lhes serve para proteger a sua conta de possíveis perdas.
Como é um conceito algo complexo, vamos dar um exemplo:
Imaginemos um investidor com €1000 de capital depositado num corretor com uma margin call de 35% e uma alavancagem de 1:10. Com isto, o investidor utiliza os €10000 que tem para investir numa acção muito volátil (sendo que €1000 é do investidor e €9000 do corretor).
No dia seguinte o investidor abre a sua plataforma e vê que o seu investimento desvalorizou 7%. As acções valiam agora €9300, sendo que o investidor ficou com €300 na sua conta (perdeu os seus €700, apesar de continuar com um empréstimo ao corretor no valor de €9000).
Infelizmente a plataforma de trading tinha um aviso. O investidor apenas tem um dia para colocar mais €50 na conta, ou a corretora está no direito de fechar a sua ordem, de forma a proteger as perdas do investidor. Vemos que o investidor apenas ficou com 30% do capital investido, mas a corretora obriga a que os clientes tenham no mínimo 35% de forma a assegurar que os seus clientes não percam mais do que o valor inicialmente investido.
Neste caso podemos observar que o investidor não teve uma correta gestão do risco, podendo vir a ser castigado com uma perda de 700€ caso não deposite €50.

Notas Finais

Antes de começar a investir em mercados financeiros é necessário avaliarmos a nossa gestão do risco. Uma gestão do risco eficiente irá prolongar o sucesso dos investimentos, prevenindo perdas avultadas e permitindo a correta avaliação do nosso plano de investimento.
Nunca é demais dizer que o investimento em pares cambiais ou em futuros poderá significar perdas superiores ao capital investido.




terça-feira, 19 de julho de 2016

Como diversificar os nossos investimentos

A diversificação é um dos factores mais importantes para garantir a maior eficiência da nossa carteira. Como existem sempre algumas dúvidas sobre esse assunto, hoje faço uma ligeira introdução ao tema.

Exemplo

Imaginemos que temos uma acção B que queremos investir. Essa acção é de um sector que queremos ter na nossa carteira. Tem um rendimento bastante interessante, mas também tem um risco equivalente. Apresentamos em baixo o gráfico de rendibilidade e risco.

De forma a não passarmos de um rendimento de 2% para uma perda de 5%, é necessário diminuir o risco investindo noutra acção desse mesmo sector, mas com menos volatilidade. Chamemos a essa acção A. A rendibilidade de A e a volatilidade estão na tabela em baixo.
 A volatilidade é metade da acção anterior, mas ainda assim temos alguns períodos negativos. Os períodos positivos revelam uma acção com menos risco, mas também revela menos rendimento para os seus investidores. Ainda assim, esta acção é fundamental para garantir uma boa eficiência nesta carteira composta por duas acções. Em baixo é apresentado a diversificação entre as duas acções, admitindo que este investidor investiu colocou o mesmo capital nas duas acções.
 É evidente que a acção A prejudica a nossa carteira, em relação aos rendimentos positivos, mas beneficia a carteira em períodos negativos. Não podemos ser gananciosos e querer ganhar o máximo, deveremos sim querer ganhar o suficiente para o risco que estamos a assumir (ser eficientes), como se pode ver nesta carteira. A volatilidade da nossa carteira está a uns estáveis 2,80%, ao mesmo tempo que a rendibilidade foi estabilizada.
No gráfico em baixo temos a rendibilidade das duas acções em cima. A linha amarela representa a rendibilidade ao diversificarmos, em detrimento de termos apenas uma das acções na nossa carteira.
Acima de tudo, diversificar traz vantagens, mas também desvantagens. Vamos verificar então os dois espectros da diversificação.

Vantagens

  • Diminui o risco da nossa carteira;
  • Previne a perda de capital caso uma das empresas esteja com dificuldades: A Apple tem estado com problemas relativamente a terem falhado as expectativas dos analistas. Com a diversificação teríamos uma perda menor dado que teríamos mais empresas do setor na carteira;
  • Permite estabilizar a rendibilidade global da nossa carteira;
  • Dá mais valias proporcionais aos diferentes sectores de mercado;
  • Facilidade de diversificação com baixo capital: Os ETF's e os fundos de investimento são ideais para diversificarmos os nossos investimentos;
  • Permite ajustar a agressividade do portefólio: Podemos definir uma percentagem para ajustar a agressividade do portefólio. Portefólios mais agressivos colocam mais capital em acções mais arriscadas.

Desvantagens

  • É necessário equilibrar o portefólio: A cada ano que passa, dado que uma acção dá mais rendibilidade que outra, teremos de vender algumas acções de uma delas para manter a percentagem de investimento em cada uma;
  • Alguma perda de rendibilidade: Dado que diversificamos, as acções com mais rendibilidade vão ser diluidas por acções com menos rendibilidade;
  • Custos de transacção: No caso em que o investimento seja em acções diretas, a cada acção que colocamos na carteira estamos a aumentar os custos de transacção. É, por isso, ideal diversificar através de fundos de investimento ou ETF's.

Notas Finais

Pudemos observar que a diversificação é um tema crucial para o bom desempenho dos nossos investimentos. Uma diversificação deficiente poderá comprometer ganhos futuros e, inclusive, significar perda de capital. Assim, é fundamental diversificarmos através de um conjunto de acções, de setores ou de países, para garantir o sucesso dos nossos investimentos.


sexta-feira, 15 de julho de 2016

O que fazer com Baixas Taxas de Juro?

As baixas taxas de juro são bastante positivas, ou negativas, dependendo do lado em que estamos.
Para quem antecipa consumo futuro através de um empréstimo bancário (seja habitação, automóvel ou pessoal) tem uma taxa de juro (Euribor) e um spread associado, pagando juros pelo empréstimo. Quem poupa dinheiro para consumo futuro recebe juros que podem ajudar a combater a inflação.

Mas, o que é a Taxa Euribor?

A taxa euribor é conhecida por muitos Portugueses. Esta taxa de juro é a taxa de referência nos empréstimos pessoais e empréstimos à habitação. Dependendo do modo como é revista, a prestação que pagamos está dependente desta taxa.
Assim sendo, nos últimos meses assistimos a uma descida acentuada desta taxa. A descida foi tão grande que está atualmente negativa.
A tabela da taxa euribor nos vários períodos é atualmente esta. De acordo com as políticas monetárias do Banco Central Europeu poderemos vir a assistir valores negativos nas taxas de juro durante os próximos meses ou anos.

Porque coloca o BCE taxas negativas na Euribor?

A taxa Euribor serve apenas para uma coisa, controlar o nível de inflação de um grupo de países. No caso dos países da zona Euro, o BCE gosta de manter a inflação em níveis perto dos 2%. Quando a inflação é superior aumenta a taxa de juro e, quando é inferior diminui a taxa de juro.
Essas variações geram períodos de investimento quando a taxa Euribor está baixa e geram períodos de poupança quando a taxa Euribor está alta. A taxa Euribor faz variar a taxa dos depósitos a prazo nos bancos, considerados depósitos sem risco, na mesma proporção que a variação na taxa euribor. Por exemplo, hoje em dia vemos que os bancos têm taxas de juro quase iguais a 0% TANB, quando em ano anteriores tínhamos 2% ou 3%.
Imaginando que somos um investidor e queremos abrir um novo negócio. No plano de negócios verificamos que esse negócio gera um retorno de 5% ao ano. Nesse mesmo ano os bancos tinham depósitos a prazo com uma TANB de 5% por 2 anos. Neste caso é melhor para o investidor aplicar esse valor num depósito a prazo, dado que obtém o mesmo rendimento e, neste caso, é uma taxa garantida sem qualquer risco.

Onde Investir com baixas taxas de juro?

A situação em cima não é o que acontece neste ano (2016). Com os depósitos a prazo a apresentarem taxas perto dos 0% TANB, o investimento é largamente fomentado. Hoje em dia os bancos incentivam os empreendedores e investidores a pedirem empréstimos (pagando juros quase nulos) para investir no mercado, e aumentar a inflação.
Para os investidores de fundos de investimento, acções e obrigações, infelizmente a situação não é melhor. As empresas beneficiam das baixas taxas de juro, mas neste momento as acções estão a ser negociadas com múltiplos de lucros demasiado elevados. As obrigações são quase inexistentes e, quando existem, são a uma taxa mais baixa. A realidade é que as empresas beneficiam das baixas taxas de juro como os particulares, pelo que não necessitam de obrigações para se financiarem.
A realidade é que os investimento comuns estão a ter um rendimento mais baixo do que era espectável. Sejam acções, obrigações, metais preciosos, o triste desafio é revelado quando os investidores vão ser premiados com um rendimento inferior, com o mesmo risco.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O que é o Hedge Cambial?

Verifiquei que alguns leitores estão a comprometer as suas carteiras devido ao facto de não saberem o que é o Hedge Cambial. Infelizmente, ao diversificarmos os nossos investimentos estamos a proteger de perdas mas, ao mesmo tempo, poderemos estar a aumentar o risco na nossa carteira.

O Hedge é uma palavra inglesa que se pode traduzir para Cobertura. O Hedge Cambial (ou cobertura cambial) é, nada mais nada menos, do que a protecção face a outras moedas. Ao investirmos em acções ou sectores norte-americanos, temos de nos proteger face à variação do USD contra o Euro. Se residem no Reino Unido e investem em países da moeda única, então precisam de se proteger da variação entre a libra e o euro. Efetivamente o conceito é este.

Vamos então para um exemplo mais prático. Imaginem que, em 2013 investimos 1000€ na coca-cola, uma empresa cotada na bolsa norte americana. De forma a simplificar o esquema, assumimos que 1000€ é igual a 1000USD, Mantemos esse investimento até 2015, quando queremos vender as acções. O gráfico de valorização é o seguinte:
 
Em 3 anos, os 1000USD valorizaram para 1380USD, mas em Euros isso traduz-se em quê?
Nesses mesmos 3 anos, a valorização do USD/EUR foi negativa, ou seja, o dólar valorizou-se face ao euro. Essa valorização significa que o nosso investimento na coca-cola já não traz um rendimento de 1380€, mas sim menos.
O cálculo foi feito de modo a que a perda cambial seja de 380€ ou seja, o nosso investimento gerou um retorno de 0% ou 0€ (se não contarmos com a inflação nestes três anos).

Este exemplo foi o ideal para demonstrar o risco de investir noutras moedas, assim como a importância de fazermos uma protecção cambial aos nossos investimentos.
Quando investimos diretamente em acções ou obrigações é mais difícil sermos nós próprios a fazer essa cobertura cambial, mas no caso de fundos de investimento já é muito mais simples.
 
Existem fundos de investimento que já têm o hedge cambial incluído na compra. Ao investirmos num determinado país ou setor, estamos também protegidos face à volatilidade cambial que esses investimentos podem ter. Como a imagem mostra, esse tipo de fundos de investimento podem ser filtrados numa pesquisa simples.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Raize: Uma revolução nos Empréstimos P2B

Hoje apresento aos meus leitores a Raize.


Esta plataforma de investimentos existe desde 2014 e começou a ficar conhecida depois de ter sido finalista no prémio de inovação da NOS em 2015. Este não foi o único prémio ganho por esta plataforma, tendo conseguido vencer o prémio de Start-Up do ano, entregue pela ACEPI - Associação da Economia Digital em Setembro de 2015.

Antes de falarmos sobre a plataforma em si, temos de ter em conta a posição dos bancos no financiamento das empresas.  Cerca de 40% das PME's (Pequenas e Médias Empresas) financiam-se junto dos bancos com montantes inferiores a 20.000€. Os bancos vão buscar estes montantes aos depósitos a prazo e outros produtos de baixo risco, depositados pelos clientes. Efectivamente os depositantes do banco recebem cerca de 1,5% do valor depositado (o que, às vezes, nem chega para a inflação) e o banco cobra às empresas cerca de 10%. O banco ganha a diferença entre os dois empréstimos. O problema começa com os bancos a cortarem estes financiamentos, colocando as empresas mais limitadas para se financiarem.

É aqui que a Raize entra. Esta plataforma de empréstimos P2B (Person to Business) é uma revolução em Portugal cortando o intermediário (o banco). Assim, as empresas financiam-se a uma taxa mais baixa e os depositantes ganham um montante superior. Do lado das empresas, apenas é necessário que as mesmas não tenham dividas ao fisco. A Raize torna-se, assim, na 1ª bolsa de empréstimos coletivos em Portugal.



Observando as estatísticas do website, podemos observar que existem cerca de 4300 membros a financiarem as empresas. a TANB (Taxa Anual Nominal Bruta) média é de 6,3% e o montante já financiado ultrapassa 1.500.000€.

A plataforma apresenta uma TANB sugerida em cada empréstimo, sendo esta taxa calculada de acordo com o balanço, a demonstração de resultados e a duração do empréstimo. Os utilizadores também podem ver o relatório completo da empresa dos últimos três anos, assim como o histórico de empréstimos passados desta empresa na plataforma.

Desde Outubro de 2015 que invisto nesta plataforma. Tenho atualmente 15 empréstimos a empresas do continente e ilhas, e posso dizer que me encontro bastante satisfeito. Já houve situações de empresas que demoraram a pagar uma determinada prestação, mas foi caso único e ficou solucionado em poucos dias.

O mercado encontra-se estagnado para os investimentos, e é nestas alturas que um investidor pensa em investimentos alternativos aos depósitos a prazo. Não me sinto ganancioso para investir em empresas de maior risco (risco C), portanto a minha taxa de juro média ronda os 5% de TANB.

Não se esqueçam de diversificar o vosso investimento. O valor mínimo a investir em cada empresa são 20€ e, para quem tem pouco capital, sugiro diversificar para que, se uma empresa deixar de pagar, as outras compensam esse prejuízo potencial.

Recordo também que aqui não existe capitalização dos juros. Todos os meses recebemos uma prestação e, na minha opinião, o certo é colocar esse juro noutro empréstimo a outra empresa, de forma a produzir juro de juro, aumentando os nossos ganhos.