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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Análise do Livro - Midas Touch


Hoje é o dia de falar sobre o livro "Midas Touch - Why Some Entrepreneurs Get Rich-And Why Most Don't." Apesar deste livro não falar sobre investimento, é um livro que supostamente nos ajuda no empreendedorismo. Começamos mal pois o livro começa a falar sobre os dedos das mãos, e a utilizar isso como analogia para a nossa maneira de estar para os negócios.

No meio de algumas lições valiosas, existem outras que simplesmente nem vale a pena falar. Ou melhor, podemos falar nelas de tão más que são.
Have you ever noticed that people who lack the power of focus often lack direction too? They wander, going from one thing to another. To make matters worse, in the world of investing, many so called financial experts recommend people diversify their investment portfolio than focus on high-performance assets. This is why many investor portfolios fail to deliver high returns or are wiped out in a market crash. Again, they lack focus". This is plain wrong and this book should not be published because of this. Someone might follow this advice, with terrible consequences.
Para quem conhece o meu blog, em quase todos os posts falo sobre a importância de diversificarmos o nosso investimento para não sofrermos perdas elevadas. Mas os disparates não ficam nesta frase, olhem aqui:
After my presentation, I can't recall exactly how long it took, but GE finally called me. This was a GE power group (...). They decided to go with my proposal. I was chosen. Focus paid off again.
O autor comete uma falácia onde diz que graças ao seu poder de se focar nas apresentações, conseguiu mais um negócio, no entanto não falou com a GE para saber o que acharam da sua apresentação.

Mas, apesar disso, o livro até aborda questões muito interessantes. O livro indica que temos de cometer erros para aprendermos a gerir melhor o nosso negócio. Os parceiros de negócios também são bastante importantes para garantir que o negócio vai ter futuro, assim como na importância da colaboração nos negócios. O autor até dá o exemplo das salas de aula que nos ensinam a competir em vez de colaborarmos todos para um resultado comum melhor. A McDonald's é uma empresa que é abordada no livro, para ensinar a importância de criarmos um negócio eficiente em todo o processo produtivo e, a Coca-cola foi a última empresa a ser abordada para falar na importância da marca para o negócio.

Não quero estar aqui a falar muito sobre o livro, senão colocava aqui o livro completo. Se ignorarmos os disparates, o livro consegue dar dicas muito úteis no empreendedorismo, temos é de saber filtrar as dicas boas das dicas más.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Uma Lição de História sobre Diversificação

Todos sabemos da importância da diversificação, e até eu já fiz alguns textos a falar sobre diversificação, mas hoje é diferente. Hoje vamos ter uma lição de história, a realidade da diversificação.
Um investidor inexperiente pode falar que a diversificação não vale a pena. Ele comprou umas unidades do ETF do S&P500 nos últimos anos e aquilo tem estado sempre a subir, portanto nem sequer pensa em diversificar através de depósitos a prazo ou de obrigações governamentais.

A tabela em cima mostra a performance entre as diferentes classes de ativos. O que está em cima rendeu mais e cada classe de ativos tem a sua própria cor.
Podemos observar que a classe das Commodities teve retornos horríveis nos últimos anos. A crise mundial de 2008 mexeu muito com os preços e procura nesta classe de ativos. Já em 2016 houve um aumento dado o aumento pelas construções e gastos que os governos e empresas estão a fazer.
As Ações são outra classe de ativos que levaram uma cacetada em 2008 e em 2011 com a crise económica mundial. Em 2017 as ações recuperaram todas as perda desses anos, estando até acima dos valores de 2008.

Sem Diversificação:

Se um investidor tivesse comprado €100 em Commodities em 2011, iria chegar a 2015 com €49 em carteira. O retorno anual para esse investimento é de -13,5%. Mesmo com o retorno em 2016, a carteira aumentou para €54.
Já um investimento de €100 em Ações no ano de 2011 iria chegar a 2016 com uma carteira avaliada em €170. Isto traduz-se num retorno anual de 9,2%.

Com Diversificação:

Dado que é impossível prever a classe de ativos que vai ter um retorno mais atrativo todos os anos, é preferível diversificar os investimentos.
Assim, se um investidor em 2011 investir €50 em Commodities e Ações, vai chegar a 2015 com um lucro de €3,20, em vez de perder €51 por investir apenas em Commodities.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O que são Correlações?

Hoje o texto que vos escrevo é relativo à segunda parte da diversificação da nossa carteira. Podem ler o primeiro artigo aqui.

Esta parte é um tema mais difícil, mas fundamental para efectuarmos uma correcta diversificação dos nossos investimentos. Então cá vai.
É muito raro ouvirmos falar em correlações. Por norma observamos esse indicador nos depósitos indexados do banco invest, como o exemplo na imagem em baixo.

A correlação mede a o comportamento entre duas acções. Caso duas acções tenham movimentos semelhantes, o indicador vai apresentar um valor mais próximo de 1 do que no caso de duas acções completamente diferentes. Nos casos extremos, 1 indica que duas acções têm comportamentos iguais e -1 indica que duas acções têm comportamentos opostos. Para ser mais fácil entender este conceitos, vamos indicar três exemplos que ilustram do melhor modo este fenómeno.

Correlação superior a 0,3

No exemplo em cima temos duas acções, A e B. A evolução nos primeiros 7 meses do ano destas duas acções apesenta uma correlação de 0,94. Esta correlação é tão alta pois, como podemos observar pelo gráfico, as duas acções têm evoluções e amplitudes muito semelhantes (quase iguais). Assim sendo, não é de todo aconselhado diversificar, dado que estamos quase a investir na mesma acção. É possível encontrar correlações destas entre duas acções do mesmo sector, do mesmo país, ou que pertençam à mesma empresa.

Correlação entre -0,3 e 0,3

Nesta situação, as acções X e Y apresentam uma correlação de 0,06. Como podemos observar pelo gráfico, não existe uma tendência definida entre estas duas acções. O ideal é diversificar em acções com uma correlação inferior a 0,3. Tendo em conta que as acções têm um comportamento semelhante em menos de 30% das vezes, quando um setor está abaixo da tendência do mercado, o outro sector não é influenciado por esse mau desempenho.

Correlação inferior a -0,3

Nesta correlação podemos ver duas acções, L e M, com uma correlação negativa perto de 1. Esta correlação negativa indica que, quando uma acção sobe X%, a outra desce na mesma amplitude. quase 90% das vezes.
Como exemplo de dois produtos inversamente semelhante temos o S&P500 e o Ouro. Quando os investidores têm uma maior apetência pelo risco, verificamos um movimento positivo no S&P e, quando se sentem com receio em relação ao mercado, optam pelo Ouro,
Para os investidores com uma aversão ao risco, é viável optar por uma diversificação que, num caso raro em que vários sectores revelam perdas, a carteira apresenta sempre uma evolução positiva. 

Notas Finais

É necessário consultar a correlações com uma certa frequência, a correlação depende do período em análise e pode sofrer fortes alterações com o tempo. Também é necessário verificar se a carteira de investimento está a ter o desempenho desejado.
Nos casos em que as carteiras apresentam uma evolução abaixo da média, convém verificar se não estamos com sobre exposição a um dado sector ou a um dado país.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Como diversificar os nossos investimentos

A diversificação é um dos factores mais importantes para garantir a maior eficiência da nossa carteira. Como existem sempre algumas dúvidas sobre esse assunto, hoje faço uma ligeira introdução ao tema.

Exemplo

Imaginemos que temos uma acção B que queremos investir. Essa acção é de um sector que queremos ter na nossa carteira. Tem um rendimento bastante interessante, mas também tem um risco equivalente. Apresentamos em baixo o gráfico de rendibilidade e risco.

De forma a não passarmos de um rendimento de 2% para uma perda de 5%, é necessário diminuir o risco investindo noutra acção desse mesmo sector, mas com menos volatilidade. Chamemos a essa acção A. A rendibilidade de A e a volatilidade estão na tabela em baixo.
 A volatilidade é metade da acção anterior, mas ainda assim temos alguns períodos negativos. Os períodos positivos revelam uma acção com menos risco, mas também revela menos rendimento para os seus investidores. Ainda assim, esta acção é fundamental para garantir uma boa eficiência nesta carteira composta por duas acções. Em baixo é apresentado a diversificação entre as duas acções, admitindo que este investidor investiu colocou o mesmo capital nas duas acções.
 É evidente que a acção A prejudica a nossa carteira, em relação aos rendimentos positivos, mas beneficia a carteira em períodos negativos. Não podemos ser gananciosos e querer ganhar o máximo, deveremos sim querer ganhar o suficiente para o risco que estamos a assumir (ser eficientes), como se pode ver nesta carteira. A volatilidade da nossa carteira está a uns estáveis 2,80%, ao mesmo tempo que a rendibilidade foi estabilizada.
No gráfico em baixo temos a rendibilidade das duas acções em cima. A linha amarela representa a rendibilidade ao diversificarmos, em detrimento de termos apenas uma das acções na nossa carteira.
Acima de tudo, diversificar traz vantagens, mas também desvantagens. Vamos verificar então os dois espectros da diversificação.

Vantagens

  • Diminui o risco da nossa carteira;
  • Previne a perda de capital caso uma das empresas esteja com dificuldades: A Apple tem estado com problemas relativamente a terem falhado as expectativas dos analistas. Com a diversificação teríamos uma perda menor dado que teríamos mais empresas do setor na carteira;
  • Permite estabilizar a rendibilidade global da nossa carteira;
  • Dá mais valias proporcionais aos diferentes sectores de mercado;
  • Facilidade de diversificação com baixo capital: Os ETF's e os fundos de investimento são ideais para diversificarmos os nossos investimentos;
  • Permite ajustar a agressividade do portefólio: Podemos definir uma percentagem para ajustar a agressividade do portefólio. Portefólios mais agressivos colocam mais capital em acções mais arriscadas.

Desvantagens

  • É necessário equilibrar o portefólio: A cada ano que passa, dado que uma acção dá mais rendibilidade que outra, teremos de vender algumas acções de uma delas para manter a percentagem de investimento em cada uma;
  • Alguma perda de rendibilidade: Dado que diversificamos, as acções com mais rendibilidade vão ser diluidas por acções com menos rendibilidade;
  • Custos de transacção: No caso em que o investimento seja em acções diretas, a cada acção que colocamos na carteira estamos a aumentar os custos de transacção. É, por isso, ideal diversificar através de fundos de investimento ou ETF's.

Notas Finais

Pudemos observar que a diversificação é um tema crucial para o bom desempenho dos nossos investimentos. Uma diversificação deficiente poderá comprometer ganhos futuros e, inclusive, significar perda de capital. Assim, é fundamental diversificarmos através de um conjunto de acções, de setores ou de países, para garantir o sucesso dos nossos investimentos.


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Raize: Uma revolução nos Empréstimos P2B

Hoje apresento aos meus leitores a Raize.


Esta plataforma de investimentos existe desde 2014 e começou a ficar conhecida depois de ter sido finalista no prémio de inovação da NOS em 2015. Este não foi o único prémio ganho por esta plataforma, tendo conseguido vencer o prémio de Start-Up do ano, entregue pela ACEPI - Associação da Economia Digital em Setembro de 2015.

Antes de falarmos sobre a plataforma em si, temos de ter em conta a posição dos bancos no financiamento das empresas.  Cerca de 40% das PME's (Pequenas e Médias Empresas) financiam-se junto dos bancos com montantes inferiores a 20.000€. Os bancos vão buscar estes montantes aos depósitos a prazo e outros produtos de baixo risco, depositados pelos clientes. Efectivamente os depositantes do banco recebem cerca de 1,5% do valor depositado (o que, às vezes, nem chega para a inflação) e o banco cobra às empresas cerca de 10%. O banco ganha a diferença entre os dois empréstimos. O problema começa com os bancos a cortarem estes financiamentos, colocando as empresas mais limitadas para se financiarem.

É aqui que a Raize entra. Esta plataforma de empréstimos P2B (Person to Business) é uma revolução em Portugal cortando o intermediário (o banco). Assim, as empresas financiam-se a uma taxa mais baixa e os depositantes ganham um montante superior. Do lado das empresas, apenas é necessário que as mesmas não tenham dividas ao fisco. A Raize torna-se, assim, na 1ª bolsa de empréstimos coletivos em Portugal.



Observando as estatísticas do website, podemos observar que existem cerca de 4300 membros a financiarem as empresas. a TANB (Taxa Anual Nominal Bruta) média é de 6,3% e o montante já financiado ultrapassa 1.500.000€.

A plataforma apresenta uma TANB sugerida em cada empréstimo, sendo esta taxa calculada de acordo com o balanço, a demonstração de resultados e a duração do empréstimo. Os utilizadores também podem ver o relatório completo da empresa dos últimos três anos, assim como o histórico de empréstimos passados desta empresa na plataforma.

Desde Outubro de 2015 que invisto nesta plataforma. Tenho atualmente 15 empréstimos a empresas do continente e ilhas, e posso dizer que me encontro bastante satisfeito. Já houve situações de empresas que demoraram a pagar uma determinada prestação, mas foi caso único e ficou solucionado em poucos dias.

O mercado encontra-se estagnado para os investimentos, e é nestas alturas que um investidor pensa em investimentos alternativos aos depósitos a prazo. Não me sinto ganancioso para investir em empresas de maior risco (risco C), portanto a minha taxa de juro média ronda os 5% de TANB.

Não se esqueçam de diversificar o vosso investimento. O valor mínimo a investir em cada empresa são 20€ e, para quem tem pouco capital, sugiro diversificar para que, se uma empresa deixar de pagar, as outras compensam esse prejuízo potencial.

Recordo também que aqui não existe capitalização dos juros. Todos os meses recebemos uma prestação e, na minha opinião, o certo é colocar esse juro noutro empréstimo a outra empresa, de forma a produzir juro de juro, aumentando os nossos ganhos.