quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Estará a Gestão Ativa condenada?

O aumento do interesse por parte dos investidores leva-me a falar sobre este assunto mais vezes no futuro, mas antes tenho de fazer uma introdução sobre a Gestão Ativa nos dias de hoje.

A Gestão Ativa nos dias de hoje:

A Gestão Ativa tem como premissa bater um determinado índice. O Alfa (indicador já visto no outro post sobre a leitura de fundos de investimento) é o indicador que mais interessa para o gestor Ativo. Existe um interesse muito grande em ter um Alfa positivo, pois isso traduz-se que o Gestor Ativo conseguiu ter um retorno superior ao retorno do índice.

No entanto, ter um Alfa positivo está cada vez a ser mais difícil. Em 1997 existiam 7355 acções americanas. Hoje em dia existem menos de 3600. A dificuldade acrescida em fazer um IPO (Initial Public offering), o aumento de Business Angels e as OPA (Oferta Pública de Aquisição) a algumas empresas está a diminuir a oferta de acções a negociar todos os dias.
Para além de tudo o que já foi dito, ainda existe o facto dos fundos de gestão passiva não conseguirem bater o índice, quando contabilizarmos o risco acrescido e as comissões cobradas.

A Oferta da Gestão Passiva:

Os ETF's e outros produtos de Gestão Passiva estão a inundar o mercado. Sem promessas de bater o índice, e com a garantia de custos baixos, muitos investidores estão a virar-se para este tipo de produtos.
Em 2016 os investidores retiraram cerca de $285,2 mil milhões dos fundos de gestão ativa e compraram $428,7 mil milhões de fundos de gestão passiva.

Notas Finais:

A Gestão Passiva veio para ficar. Os investidores estão cada vez mais inteligentes e começam-se a aperceber que a gestão passiva é a melhor forma de gerirem os seus portefólios.
Podemos, no entanto, observar que existem mais fundos de gestão passiva que acções. Teremos de esperar pelo próximo crash para vermos que impacto esta gigante oferta de fundos de gestão passiva tem no mercado.