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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Análise do Livro - One Up on Wall Street


Comecei uma nova rubrica no meu blogue. Estava na altura de partilhar com os meus leitores os livros que ando a ler para melhorar os meus investimentos. Hoje é o dia de falar sobre o livro "One Up on Wall Street" de Peter Lynch.

Peter Lynch foi um dos melhores investidores da história do Wall Street. Durante a gestão de um fundo de investimento conseguiu obter um retorno anualizado de 29,2%. Nesse mesmo período o mercado apenas rendeu 13,4%, muito abaixo do retorno do fundo.
O livro é muito interessante, já que aborda o facto de nós, como consumidores, conseguirmos detetar novas empresas cotadas em bolsa com muita qualidade, através da nossa experiência como clientes. Quando o analista vir que esta acção poderá ser muito interessante, nós já estamos com a cotada na carteira há muito tempo.

O autor faz muitos avisos contra os analistas. Ele incentiva os leitores a fazerem a sua própria análise e descobrir empresas cotadas que entendam e acreditem. Também são feitas criticas relativamente ao facto dos investidores tentarem prever a economia, dado que é uma previsão muito difícil de fazer.
Depois das pesquisas feitas, os investidores deverão ponderar como é que a empresa se compara com empresas do mesmo sector, assim como indicadores económicos favoráveis (como o rácio de Price Earnings).

O autor do livro não odeia de todos os analistas, e até gosta dos seus conselhos. Quando os analistas ou os mass media indicam que a cotada em carteira está a ter um desempenho espectacular, é a altura certa para pensar seriamente em vender a cotada. Deveremos ponderar a opinião dos analistas, mas deveremos fazer o oposto do que eles indicam. Quando um sector é considerado aborrecido ou morto, é a altura certa para investir nesse sector. Esta forma de tratar o mercado funciona ainda melhor quando os preços baixam, trazendo as cotadas para preços de saldo.

Recomendo este livro a todos os investidores que queiram investir individualmente em acções. Apesar do investimento ativo estar condenado, continua a ser possível obtermos um retorno acima da média do mercado.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A Próxima Catástrofe Económica não vai Arrasar com a Bolsa

O título é bastante ousado, mas acho que este artigo merece isso mesmo.
Hoje vamos falar sobre a bolsa e as catástrofes económicas. O que acham que é uma catástrofe económica?

Notícias Atuais

Os media adoram notícias sobre economia. O sensacionalismo reina dentro de alguns media com notícias que podem causar o pânico na população. Vamos lá ver alguns exemplos:
Apesar de Le Pen realmente não ter ganho, é verdade que Trumo ganhou as eleições e que o Brexit está neste momento a acontecer enquanto lemos este artigo. Mas, o que aconteceu ao mercado?

Reacções do Mercado


Supostamente o pânico com a vitória de Trump iria fazer com que o mercado tivesse um crash e entrássemos de novo numa crise económica. No entanto, todos podemos ver que isso não aconteceu. O mercado nem sequer caiu no dia em que Trump ganhou as eleições.

O artigo faz ainda referência a quem tenta prever preços futuros, dizendo que isso não a estratégia mais correta para investir.

A realidade é que a presidência do Trump não alterou o ritmo de subida do S&P500. Desde que o Trump foi eleito como presidente dos EUA, o índice subiu mais de 12%.





Desde que o referendo do UK decidiu a favor de sair da União Europeia, a realidade é que o par cambial GBPUSD está a recuperar lentamente à medida que o pó da incerteza assenta.

Os economistas previram que a taxa de desemprego no UK iria subir consideravelmente, mas o que aconteceu realmente?

As estatísticas previram mais uma vez o oposto. O UK continua com uma tendência de descida no desemprego. O artigo refere ainda que o vencimento dos trabalhadores continua estável, em vez de subir.


Tudo isto serve para mostrar que os investidores não devem olhar para as notícias sensacionalistas. Os economistas tentam prever os dados, mas esses dados não passam de previsões. Todos os investidores já leram o aviso a indicar que "rendimentos passados não são garantia de rendimentos futuros." O mesmo se passa neste caso, em que acontecimentos no passado não dão garantia que o mesmo vá acontecer no futuro.

Notas Finais

Termino com uma citação de Warren Buffett: "No século XX os EUA enfrentaram duas guerras mundiais e outros conflitos mundiais. Para além disso enfrentaram também mais de uma dúzia de crises, quedas acentuadas nas bolsas, crises no petróleo, uma epidemia gripal e uma demissão de um péssimo presidente. Ainda assim o DOW subiu de 66 para 11497."

Esta citação serve para indicar que o mercado irá sempre subir, no longo prazo. Cabe-nos a nós ignorar notícias sensacionalistas e continuar com a nossa estratégia sem estarmos dependentes de eventos macroeconómicos.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Os Perigos da Diversificação a mais

Hoje vamos falar sobre os perigos de diversificarmos de mais a nossa carteira. A diversificação é necessária, mas um excesso de diversificação poderá fazer mais mal do que bem à saúde do nosso portefólio.

Diversificar não é só investir em diversas coisas ao mesmo tempo. Os investidores têm de ter noção da correlação com os ativos que já tem em carteira. Uma correlação próxima de 0 é o ideal para diversificar, menos do que isso já pode trazer perigos para a nossa carteira.

O Warren Buffett escreveu no seu livro uma frase muito interessante: "A diversificação por vários sectores e regiões apenas é necessária quando os investidores não souberem o que estão a fazer." Por outras palavras, a diversificação não traz muitos perigos, mas também deixa de trazer os benefícios desejados.

Vamos fazer um teste com valores exatos para vos dar uma ideia do que estou a falar.
Imaginem que, na tabela em cima temos dois ativos e os respetivos retornos. A nossa carteira tem 50% da acção A e 50% da acção B. A média da nossa carteira anualmente é 0%. Se fizermos uma análise da correlação entre estes dois ativos podemos ver uma correlação inversa perfeita (-1).

O gráfico em cima já nos mostra o resultado da tabela. A nossa carteira não tem nenhum retorno dado a nossa diversificação.

Claro que este exemplo é extremo, mas é para vos mostrar como uma diversificação, principalmente com correlações negativas, pode arruinar os vossos retornos. Existem exemplos de correlações negativas, como o Ouro e alguns pares cambiais.
Como podem ver, o Outro e o par cambial USDCHF tiveram uma correlação negativa durante 11 anos. Convém indicar que as correlações estão sempre a mudar e dependem de vários factores. Mesmo os ativos com correlações mais fortes podem nem sempre agir da forma que esperamos. Como já indiquei muitas vezes, o mercado é sempre imprevisível.


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Imagens da Plataforma de Trading DeGiro

Já falei sobre a DeGiro aqui e aqui, mas hoje venho mostrar-vos algumas imagens reais da plataforma de trading. Como sabem, a DeGiro é a plataforma de trading mais barata a operar em Portugal e está presente em diversos países da Europa.
Então vamos lá começar.

Página Inicial

Esta é a página que temos quando fazemos o login na plataforma. Temos acesso ao total da nossa conta, o valor dos investimentos em carteira e na conta, a diferença diária e ao espaço livre. O espaço livre é o valor que nos resta para comprar ou vender um ativo. Como não tenho produtos negociados em margem, o valor é igual ao valor da conta.

Barra de Navegação


A barra de navegação no topo permite-nos aceder aos diversos menus que a plataforma nos dá. No caso do menu em cima podemos aceder a todos os tipos de produtos oferecidos pela plataforma, dividido por país ou por bolsa.

Lista de Ativos

Depois de seleccionarmos uma classe de ativos e bolsa, chegamos à lista de ativos que podemos investir. Nessa lista podemos ver os últimos preços, diferença, volume, entre outras coisas parecidas às outras plataformas.

Análise do Ativo

Depois de passarmos a lista podemos observar o ativo mais detalhadamente. Temos acesso a um gráfico com a possibilidade de seleccionarmos vários horizontes temporais, temos a profundidade das ordens (quantidade e preço nas ordens de venda e compras pendentes), assim como o volume.

Painel de Ordens

Depois de seleccionarmos a ação para comprarmos, temos acesso ao painel de ordens. Podemos escolher se queremos comprar ou vender, que tipo de ordem (ordem limite, stop, take profit ou ao mercado), o preço e a quantidade. Na ordem ao mercado seleccionamos apenas a quantidade e aparece uma estimativa do montante em baixo. No fim escolhemos a duração da ordem e lançamos a ordem para o mercado.

Ativos em Carteira

Por fim chegamos aos ativos em carteira. Podem observar que agora tenho ações dos CTT e CWH, assim como um ETF de Ouro. Nesta lista de ativos em carteira temos acesso à quantidade que compramos, resultado do dia em euros, a diferença diária em percentagem e o total em carteira. Este valor é o valor que aparece no total em carteira na página inicial.

Abra a sua conta na DeGiro hoje: https://www.degiro.pt/


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Investir com Emoções

Deveremos investir com as Emoções?

Qualquer investidor mais experiente já teve a infeliz experiência de ver amigos seus a comprar péssimas empresas no mercado apenas porque ouviram um bom conselho. Normalmente os investidores experientes não investiriam nessas empresas porque estão caras ou porque não se entende bem o negócio onde operam, entre muitas outras razões.
Então mas e esse nosso amigo, o que acham que vai acontecer quando o seu investimento entrar em terreno negativo?

Infelizmente o mercado está cheio destes "investidores" que compram quando deviam vender e vendem quando deveriam comprar. É muito provável que esse nosso amigo vá fazer o mesmo se o seu investimento começar a ficar cada vez mais pequeno.
A verdade é que, coisas como a ganância e o medo não deveriam entrar na nossa estratégia de investimento. Muitos investidores, mesmo sendo gananciosos, continuam a retirar proveito dos seus investimentos. Como está o mercado qualquer pessoa consegue ganhar dinheiro, mas é quando existe um crash que vemos quem são os verdadeiros investidores.
O CFA Intitute fez um estudo sobre investir com emoções. Com 711 respostas podemos observar aquilo que muitos investidores já experienciaram durante o processo de mexer com a sua carteira. Vender pode ser muito difícil para os investidores. Ao vendermos quando o mercado desce estamos a demonstrar medo, e quando estamos a vender com o mercado a subir ficamos com receio do futuro. Será que vai subir mais? Estarei a vender na altura certa?

O medo e a ganância são sentimentos normais de se ter, e revelam a nossa incerteza quanto ao futuro, mas temos de ter a certeza que a nossa estratégia de investimento faz sentido para nós. Não vale a pena ter uma estratégia de alto risco se depois não conseguirmos dormir à noite, por exemplo.

Acima de tudo, a nossa estratégia de investimento tem de ser racional. É assim tão simples.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Como diversificar os nossos investimentos

A diversificação é um dos factores mais importantes para garantir a maior eficiência da nossa carteira. Como existem sempre algumas dúvidas sobre esse assunto, hoje faço uma ligeira introdução ao tema.

Exemplo

Imaginemos que temos uma acção B que queremos investir. Essa acção é de um sector que queremos ter na nossa carteira. Tem um rendimento bastante interessante, mas também tem um risco equivalente. Apresentamos em baixo o gráfico de rendibilidade e risco.

De forma a não passarmos de um rendimento de 2% para uma perda de 5%, é necessário diminuir o risco investindo noutra acção desse mesmo sector, mas com menos volatilidade. Chamemos a essa acção A. A rendibilidade de A e a volatilidade estão na tabela em baixo.
 A volatilidade é metade da acção anterior, mas ainda assim temos alguns períodos negativos. Os períodos positivos revelam uma acção com menos risco, mas também revela menos rendimento para os seus investidores. Ainda assim, esta acção é fundamental para garantir uma boa eficiência nesta carteira composta por duas acções. Em baixo é apresentado a diversificação entre as duas acções, admitindo que este investidor investiu colocou o mesmo capital nas duas acções.
 É evidente que a acção A prejudica a nossa carteira, em relação aos rendimentos positivos, mas beneficia a carteira em períodos negativos. Não podemos ser gananciosos e querer ganhar o máximo, deveremos sim querer ganhar o suficiente para o risco que estamos a assumir (ser eficientes), como se pode ver nesta carteira. A volatilidade da nossa carteira está a uns estáveis 2,80%, ao mesmo tempo que a rendibilidade foi estabilizada.
No gráfico em baixo temos a rendibilidade das duas acções em cima. A linha amarela representa a rendibilidade ao diversificarmos, em detrimento de termos apenas uma das acções na nossa carteira.
Acima de tudo, diversificar traz vantagens, mas também desvantagens. Vamos verificar então os dois espectros da diversificação.

Vantagens

  • Diminui o risco da nossa carteira;
  • Previne a perda de capital caso uma das empresas esteja com dificuldades: A Apple tem estado com problemas relativamente a terem falhado as expectativas dos analistas. Com a diversificação teríamos uma perda menor dado que teríamos mais empresas do setor na carteira;
  • Permite estabilizar a rendibilidade global da nossa carteira;
  • Dá mais valias proporcionais aos diferentes sectores de mercado;
  • Facilidade de diversificação com baixo capital: Os ETF's e os fundos de investimento são ideais para diversificarmos os nossos investimentos;
  • Permite ajustar a agressividade do portefólio: Podemos definir uma percentagem para ajustar a agressividade do portefólio. Portefólios mais agressivos colocam mais capital em acções mais arriscadas.

Desvantagens

  • É necessário equilibrar o portefólio: A cada ano que passa, dado que uma acção dá mais rendibilidade que outra, teremos de vender algumas acções de uma delas para manter a percentagem de investimento em cada uma;
  • Alguma perda de rendibilidade: Dado que diversificamos, as acções com mais rendibilidade vão ser diluidas por acções com menos rendibilidade;
  • Custos de transacção: No caso em que o investimento seja em acções diretas, a cada acção que colocamos na carteira estamos a aumentar os custos de transacção. É, por isso, ideal diversificar através de fundos de investimento ou ETF's.

Notas Finais

Pudemos observar que a diversificação é um tema crucial para o bom desempenho dos nossos investimentos. Uma diversificação deficiente poderá comprometer ganhos futuros e, inclusive, significar perda de capital. Assim, é fundamental diversificarmos através de um conjunto de acções, de setores ou de países, para garantir o sucesso dos nossos investimentos.


segunda-feira, 11 de julho de 2016

O que é o Hedge Cambial?

Verifiquei que alguns leitores estão a comprometer as suas carteiras devido ao facto de não saberem o que é o Hedge Cambial. Infelizmente, ao diversificarmos os nossos investimentos estamos a proteger de perdas mas, ao mesmo tempo, poderemos estar a aumentar o risco na nossa carteira.

O Hedge é uma palavra inglesa que se pode traduzir para Cobertura. O Hedge Cambial (ou cobertura cambial) é, nada mais nada menos, do que a protecção face a outras moedas. Ao investirmos em acções ou sectores norte-americanos, temos de nos proteger face à variação do USD contra o Euro. Se residem no Reino Unido e investem em países da moeda única, então precisam de se proteger da variação entre a libra e o euro. Efetivamente o conceito é este.

Vamos então para um exemplo mais prático. Imaginem que, em 2013 investimos 1000€ na coca-cola, uma empresa cotada na bolsa norte americana. De forma a simplificar o esquema, assumimos que 1000€ é igual a 1000USD, Mantemos esse investimento até 2015, quando queremos vender as acções. O gráfico de valorização é o seguinte:
 
Em 3 anos, os 1000USD valorizaram para 1380USD, mas em Euros isso traduz-se em quê?
Nesses mesmos 3 anos, a valorização do USD/EUR foi negativa, ou seja, o dólar valorizou-se face ao euro. Essa valorização significa que o nosso investimento na coca-cola já não traz um rendimento de 1380€, mas sim menos.
O cálculo foi feito de modo a que a perda cambial seja de 380€ ou seja, o nosso investimento gerou um retorno de 0% ou 0€ (se não contarmos com a inflação nestes três anos).

Este exemplo foi o ideal para demonstrar o risco de investir noutras moedas, assim como a importância de fazermos uma protecção cambial aos nossos investimentos.
Quando investimos diretamente em acções ou obrigações é mais difícil sermos nós próprios a fazer essa cobertura cambial, mas no caso de fundos de investimento já é muito mais simples.
 
Existem fundos de investimento que já têm o hedge cambial incluído na compra. Ao investirmos num determinado país ou setor, estamos também protegidos face à volatilidade cambial que esses investimentos podem ter. Como a imagem mostra, esse tipo de fundos de investimento podem ser filtrados numa pesquisa simples.