quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Os Perigos da Diversificação a mais

Hoje vamos falar sobre os perigos de diversificarmos de mais a nossa carteira. A diversificação é necessária, mas um excesso de diversificação poderá fazer mais mal do que bem à saúde do nosso portefólio.

Diversificar não é só investir em diversas coisas ao mesmo tempo. Os investidores têm de ter noção da correlação com os ativos que já tem em carteira. Uma correlação próxima de 0 é o ideal para diversificar, menos do que isso já pode trazer perigos para a nossa carteira.

O Warren Buffett escreveu no seu livro uma frase muito interessante: "A diversificação por vários sectores e regiões apenas é necessária quando os investidores não souberem o que estão a fazer." Por outras palavras, a diversificação não traz muitos perigos, mas também deixa de trazer os benefícios desejados.

Vamos fazer um teste com valores exatos para vos dar uma ideia do que estou a falar.
Imaginem que, na tabela em cima temos dois ativos e os respetivos retornos. A nossa carteira tem 50% da acção A e 50% da acção B. A média da nossa carteira anualmente é 0%. Se fizermos uma análise da correlação entre estes dois ativos podemos ver uma correlação inversa perfeita (-1).

O gráfico em cima já nos mostra o resultado da tabela. A nossa carteira não tem nenhum retorno dado a nossa diversificação.

Claro que este exemplo é extremo, mas é para vos mostrar como uma diversificação, principalmente com correlações negativas, pode arruinar os vossos retornos. Existem exemplos de correlações negativas, como o Ouro e alguns pares cambiais.
Como podem ver, o Outro e o par cambial USDCHF tiveram uma correlação negativa durante 11 anos. Convém indicar que as correlações estão sempre a mudar e dependem de vários factores. Mesmo os ativos com correlações mais fortes podem nem sempre agir da forma que esperamos. Como já indiquei muitas vezes, o mercado é sempre imprevisível.


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Beneficios dos Dividendos Portugueses

No passado mês de Março recebi um mail do BCP com uma newsletter muito interessante. Confesso que normalmente não as leio, mas esta newsletter serviu para falar sobre o tema de hoje.
Hoje vamos falar sobre dividendos nas acções Portuguesas.

Normalmente sou averso aos dividendos pois os dividendos é sinonimo de várias coisas. Não só pagamos mais valias como também pagar dividendos numa empresa que está em crescimento não faz sentido. Para além disso, a acção desconta a percentagem do dividendo. No entanto, a investigação do BCP chegou à conclusão que a acção não desconta o equivalente ao dividendo.

Citando a newsletter do BCP que refere este fenómeno:
"Teoricamente, a ação deveria descontar o efeito dividendo e cair em linha com a dividend yield respetiva. Surpreendentemente, ou não, este efeito acaba por ser positivo em todas as ações enquadradas no estudo, com a cotação a descontar menos que o dividendo absoluto, gerando o que chamamos na tabela abaixo de 'Ex Div Effect' positivo. As empresas que mais denotam este perfil são Sonae Capital, Corticeira Amorim, CTT e Sonae."
A tabela em cima mostra o Ex Dividend Effect positivo nas cotadas Portuguesas. Com isto em mente, as cotadas Portuguesas são ideais para investir tendo em consideração os dividendos, pois o nosso capital é remunerado a uma percentagem superior aos depósitos a prazo. Isto claro, considerando que o preço da acção não desce abaixo do preço de compra.


A ajudar ao texto que estou a escrever, a newsletter apresenta ainda este gráfico, que compara o Dividend Yield do nosso PSI-20 e do índice Euro Stoxx. Como podem observar o nosso índice é, na maior parte das vezes, mais atrativo que o índice da Euro Stoxx.
Em termos de percentagens absolutas, a newsleteer refere que o histórico nestes últimos 12 meses tem sido de 4% para o PSI-20 e 3,3% para o índice Euro Stoxx.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Porque razão existem Obrigações com taxas negativas?

Começamos hoje com uma imagem. O gráfico em cima mostra as taxas de juro de $47,3 biliões em obrigações, dentro de 24 moedas diferentes e desde obrigações de países em desenvolvimento e países desenvolvidos. O resultado do gráfico mostra uma tendência algo preocupante. Mais de 20% das obrigações emitidas são a juros negativos, e mais de metade têm uma taxa de juro inferior a 1%.

Mas porque razão isto está a acontecer?

Apesar de existirem obrigações com taxas de juros negativas desde 2012, este fenómeno aumentou desde que o Banco Central Europeu decidiu cortar a taxa de depósitos para valores negativos em 2014. Assim, o BCE está a fomentar o crescimento da sua economia, aliciando os investidores para retornos mais apelativos em outras áreas de investimento como Acções, Futuros e Obrigações de países em desenvolvimento.
Com isto a acrescer ao facto do Reino Unido ter perdido para sair da União Europeia e haver suspeitas de que o sistema bancário Italiano está com problemas graves, os investidores estão com bastante receio do futuro.

Em alturas de volatilidade os investidores não têm muito por onde escolher. Se continuarem com os seus investimentos nessas zonas geográficas vão ter períodos de elevada volatilidade e vão perder dinheiro, mas ao investirem nesta obrigações têm a segurança de que vão perder apenas uma percentagem do seu capital.
Para nós, os pequenos investidores, não existem razões para alterarmos a nossa carteira, mas convém entendermos o que está a acontecer na Europa e no mundo.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Qual o melhor Supermercado de Fundos de Investimento

Em 2015 o Observador colocou um artigo a falar sobre os supermercados de fundos. Agora, em 2017, vamos abordar este tema pela primeira vez aqui. Ora bem, quando falamos em supermercados de fundos de investimento falamos em bancos que têm todo o tipo de fundos de investimento, de várias gestoras nacionais e internacionais.

A Banca Tradicional

Infelizmente a oferta disponível na banca tradicional é muito pobre. Como a banca tradicional procura clientes que queiram créditos, depósitos a prazo, cartões de crédito e seguro, o negócio foge do investimento na oferta de fundos de investimento. Não se devem subscrever fundos de investimento através da banca nacional dado que a oferta é muito pobre, mas existem casos pontuais.
Existem fundos de investimento nacionais bastante interessantes e disponíveis para subscrição através da banca tradicional. Um exemplo é o NB Obrigações Europa, disponível para subscrição no Novo Banco.

Uma simples leitura do website do Santander indica que todos os fundos disponíveis para subscrição são do Santander. O Millennium BCP já tem uma oferta maior, apresentando uma oferta de 161 fundos de investimento com alguma oferta internacional. Ainda assim, essa oferta fica muito distante da banca online, que vamos falar em seguida.

A Banca Online

É aqui onde existe mais oferta de fundos de investimento. através do seu gestor de conta pode obter conselhos sobre que produtos subscrever e a alocação mais desejada para o seu perfil de risco.

O banco Best lidera a oferta de fundos de investimento. São 2854 fundos disponíveis para o investidor escolher. Por isso mesmo é que é importante falar com o seu gestor de conta, pois um investidor pode-se sentir perdido no meio de tanta oferta.

O BIG fica em segundo lugar com um total de 1071 fundos disponíveis. Apesar duma robusta oferta, a realidade é que o banco conta com o Fund Advisor para aconselhar os clientes acerca dos fundos que deve escolher, de acordo com o seu perfil de risco.

O Activobank tem uma oferta de fundos de investimento mais pobre, apenas com 634. Aqui já se nota algumas limitações na oferta aos investidores. Já houve vezes em que questionei sobre fundos de investimento de obrigações com dividendos e foi-me negado pois não existia oferta para a minha procura. Felizmente o banco Best tinha essa oferta e pude subscrever um fundo de obrigações junto do banco Best. No entanto o Activobank pode ter mínimos de subscrição mais brandos. Já tive fundos que reforcei através do Activobank pois apenas necessitava de reforçar com um mínimo de 50€, em vez dos 1000€ pedidos no banco Best. Como é óbvio isto são situações pontuais, que o investidor pode ver caso a caso quando escolher os fundos de investimento.

Por últimos temos o banco Invest com 497 fundos de investimento disponíveis. O banco Invest não tem como prioridade apresentar uma grande oferta de fundos de investimento, mas sim de apresentar alternativas interessantes para os seus clientes. Ainda assim o banco Invest tem fundos de investimento essenciais para os investidores, e até agora não senti nenhuma limitação na oferta dos fundos de investimento.

Notas Finais

Os fundos de investimento são uma alternativa de investimento interessante. Os investidores têm é de ter cuidado com os fundos de investimento que subscrevem, dado que podem existir fundos de investimento muito mais interessantes para o mesmo risco.