quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Perigo de Alavancagem com as Cryptocurrencies

Depois de termos falado aqui sobre os perigos da alavancagem, hoje vamos focar um tema mais recente, as Cryptocurrencies. As Cryptocurrencies ganharam bastante notoriedade nos últimos meses graças à ganancia de "investidores" que estão à espera de um lucro fácil. As corretoras de bolsa criaram oferta para este aumento da procura repentino, oferecendo instrumentos para negociar as moedas mais famosas.
O problema disto é o facto dos "investidores" não saberem o que é o Risco e o conceito de avaliação de um investimento. Ora, se esta nova rede de "investidores" não sabe isso, porque razão haveria de saber o conceito de alavancagem?
Infelizmente a maioria dos investidores perde dinheiro a transaccionar pares cambiais, e a volatilidade dessa classe de  ativos não se compara com a volatilidade do Bitcoin ou do Ethereum.
No gráfico em cima, retirado daqui, podemos comparar a volatilidade do par cambial mais liquido do Forex (USD/EUR) a amarelo com a volatilidade do Bitcoin e do Ethereum, a azul e verde.
Podemos ver que, por dia, a volatilidade chega a ultrapassar os 5% para o Ethereum e anda por volta dos 2% no Bitcoin. A volatilidade neste tipo de ativos é bastante grande, por isso não é aceitável utilizar alavancagem. Para se utilizar a alavancagem teremos de ter cuidado em ter uma gestão de risco muito conservadora. Infelizmente nem todos os "investidores" podem ter conhecimento sobre isto, por isso é que eu alerto por preocupação de perdas totais do capital investido.
O mercado das Cryptocurrencies valia $117 mil milhões apenas há um mês atrás. A 13 de Julho o mesmo mercado valia $88 mil milhões. Não é possível olhar para o lado para esta desvalorização, infelizmente. Podem ver a capitalização de mercado de todas as Cryptocurrencies aqui.

Notas Finais

O investimento com alavancagem poderá significar perdas totais do capital investido. Em períodos de elevada volatilidade os investidores poderão perder mais do que todo o montante investido. No caso de investirem nesta classe de ativos com alavancagem, aconselha-se uma gestão do risco muito cautelosa e conservadora.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Imagens da Plataforma de Trading DeGiro

Já falei sobre a DeGiro aqui e aqui, mas hoje venho mostrar-vos algumas imagens reais da plataforma de trading. Como sabem, a DeGiro é a plataforma de trading mais barata a operar em Portugal e está presente em diversos países da Europa.
Então vamos lá começar.

Página Inicial

Esta é a página que temos quando fazemos o login na plataforma. Temos acesso ao total da nossa conta, o valor dos investimentos em carteira e na conta, a diferença diária e ao espaço livre. O espaço livre é o valor que nos resta para comprar ou vender um ativo. Como não tenho produtos negociados em margem, o valor é igual ao valor da conta.

Barra de Navegação


A barra de navegação no topo permite-nos aceder aos diversos menus que a plataforma nos dá. No caso do menu em cima podemos aceder a todos os tipos de produtos oferecidos pela plataforma, dividido por país ou por bolsa.

Lista de Ativos

Depois de seleccionarmos uma classe de ativos e bolsa, chegamos à lista de ativos que podemos investir. Nessa lista podemos ver os últimos preços, diferença, volume, entre outras coisas parecidas às outras plataformas.

Análise do Ativo

Depois de passarmos a lista podemos observar o ativo mais detalhadamente. Temos acesso a um gráfico com a possibilidade de seleccionarmos vários horizontes temporais, temos a profundidade das ordens (quantidade e preço nas ordens de venda e compras pendentes), assim como o volume.

Painel de Ordens

Depois de seleccionarmos a ação para comprarmos, temos acesso ao painel de ordens. Podemos escolher se queremos comprar ou vender, que tipo de ordem (ordem limite, stop, take profit ou ao mercado), o preço e a quantidade. Na ordem ao mercado seleccionamos apenas a quantidade e aparece uma estimativa do montante em baixo. No fim escolhemos a duração da ordem e lançamos a ordem para o mercado.

Ativos em Carteira

Por fim chegamos aos ativos em carteira. Podem observar que agora tenho ações dos CTT e CWH, assim como um ETF de Ouro. Nesta lista de ativos em carteira temos acesso à quantidade que compramos, resultado do dia em euros, a diferença diária em percentagem e o total em carteira. Este valor é o valor que aparece no total em carteira na página inicial.

Abra a sua conta na DeGiro hoje: https://www.degiro.pt/


quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O Perigo da Alavancagem

A alavancagem é um tema que, na minha opinião, ainda não foi bem elaborado neste blog. Assim sendo, vamos dedicar um artigo ao conceito de alavancagem.

Empréstimo à Habitação

Todos nós usamos ou já usámos a alavancagem nalgum momento da nossa vida. Os Portugueses, por exemplo, utilizam a alavancagem para comprar uma casa para viverem. A compra de uma casa pode ser um símbolo de mudança de vida, de criação de uma família ou de independência dos pais. Infelizmente uma casa continua a ter um preço proibitivo, mas graças aos empréstimos à habitação, isso tornou-se muito mais fácil.
Vamos imaginar que a família Lopes comprou esta casa por 100.000€. Como apenas tinham 20.000€ pediram ao banco o resto em modo de empréstimo. Assim sendo, a família Lopes ficou a dever ao banco 80.000€.
Nesse mesmo ano o mercado imobiliário valorizou, sendo que surgiu um comprador para esta casa, que estava disposto a pagar 120.000€ pela casa. A família Lopes fica surpreendida porque não a queria vender, mas um ganho de 20% sobre o preço de compra é bastante apetecível.
A família Lopes decide vender a casa, fazendo contas logo a seguir.

Vejamos, a família amortizou imediatamente o empréstimo ao banco, no valor de 80.000€ (não houve juros nem penalizações pela amortização antecipada). Fica a sobrar 40.000€ para esta família comprar uma nova casa.
Assim sendo, o empréstimo à habitação deu a esta família uma alavancagem muito interessante neste caso. A família não só recuperou todo o seu investimento, como conseguiu ganhar 100% face ao valor inicialmente investido.

Neste caso correu bem, mas a realidade é que a alavancagem apresenta diversos perigos que o investidor deve saber antes de se colocar em produtos alavancados.
Voltando ao exemplo da casa, uma desvalorização de 20% iria provocar uma perda total do capital inicialmente investido.

Nos mercados financeiros o resultado é exactamente o mesmo.

Mercados Financeiros


No gráfico em cima temos um ETF alavancado três vezes face ao S&P500. Como podem ver, dado que estamos num Bull Market, este ETF está quase todos os dias a ter retornos negativos. O gráfico pode não revelar mas podem ver que, de 2012 a 2017 este ETF já perdeu quase 93% do valor.

Os investimentos em produtos alavancados tendem para 0, como podem ver no exemplo em cima.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Análise ao ETF - GURU

Há muito que ouço falar em Hedge funds. Os retornos são espectaculares, a equipa de gestão aproveita várias oportunidades através da sua pesquisa pessoal, as estratégias são criativas e o alfa (indicador que mede o retorno acima do índice) é sempre positivo.

Mas a realidade é que este tipo de investimentos apenas servem para investidores com elevado conhecimento na área dos investimentos e dos riscos envolvidos. Par além do conhecimento o investidor precisa também de muito capital para colocar nesse Hedge fund (existem Hedge funds com um mínimo de €100.000 ou até de €1.000.000).


Normalmente a equipa de gestão desses Hedge funds são apelidados de "Gurus". Pois é sobre o ETF GURU que vamos falar hoje.

O objetivo do fundo é muito simples. Através do preenchimento do formulário 13F que os Hedge funds americanos têm de fazer, o GURU analisa todos esses formulários e depois compra os produtos que forem mais famosos.

Vantagens

  • Low Cost - O custo anual de um Hedge fund ronda os 2%, mas este ETF tem um custo anual de 0,75%. Os investidores aproveitam as análises dos gestores destes fundos sem necessitarem de pagar tanto por esse serviço;
  • Quantidade - Duas cabeças pensam melhor do que uma, e este ETF beneficia disso mesmo. Ao observar todos os formulários disponíveis, podem aplicar o capital de acordo com o consenso da maioria dos gestores de Hedge funds.
  • Acessibilidade - Os investidores tradicionais não têm acesso aos Hedge funds, mas com este ETF já podem ter.

Desvantagens

  • Informação - Os formulários só têm de ser preenchidos até 45 dias depois de cada trimestre. Isso significa que o Hedge fund pode já nem ter um produto em carteira. Os formulários não obrigam os Hedge funds a informarem sobre as posições curtas que têm em carteira, nem sobre produtos estrangeiros que tenham em carteira;
  • Alavancagem - Este ETF pode utilizar alavancagem para aumentar os seus ganhos, ou as suas perdas.

Retornos


O gráfico em cima mostra os retornos de 2012 até 30 de Junho de 2017. Até meados de 2015 observamos que o ETF GURU bateu o índice S&P 500, mas podemos mais uma vez observar que uma estratégia passiva ganha sempre a uma estratégia ativa.
Podemos também observar que o GURU tem movimentos mais voláteis, mas isso é normal dado que estamos a falar de investimentos que os Hedge fund fazem, logo mais voláteis.

Notas Finais

Faz sentido ter este ETF em carteira se queremos ter uma percentagem da nossa carteira alocada aos Hedge funds, no entanto podemos ver que a gestão passiva traz um retorno maior que uma gestão ativa. Ainda assim, este ETF tem uma estratégia provada através dos seus retornos e baixo custo ao longo dos anos.