quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Primeiro Semestre de 2017 - O que rendeu mais?

Depois de passarmos o primeiro semestre de 2017 convém sabermos que ativos rendeu mais. Apesar dos investidores passivos não ligarem a esta tabela, outros investidores mais ativos ou com riscos superior poderão achar interessante este artigo. Vamos lá!

Sectores

Podemos ver que, no global, a maioria dos sectores tiveram ganhos bastante interessantes no ano de 2017. O sector dos materiais básicos é dos poucos sectores a ter um desempenho negativo, explicado pela conjuntura económica que se vive no mercado.
Mas, apesar de quase todas as carteiras apresentar um desempenho positivo, existe ainda um "novo sector" que apareceu no mapa de todos os investidores.

Criptomoedas

Em 2013 todos os investidores se devem recordar do aparecimento do Bitcoin nos mass media. Em todos os jornais, revistas, televisão e rádio falavam sobre o Bitcoin e as razões que ia levar a moeda a crescer até à lua.
Tão rapidamente as notícias apareceram como rapidamente desapareceram. Depois do crash todos se esqueceram de como estavam errados na sua previsão poucos dias antes. Infelizmente esta foi uma situação normal, dado que o Bitcoin não está regulado. O Bitcoin está sujeito a uma volatilidade que não é adequada para todos os corações.
Mas passamos para 2017 e voltamos a ver a mesma situação.
Ao compararmos o Bitcoin e o Ethereum com os investimentos convencionais, podemos ver uma diferença abismal. Mais uma vez, como o Bitcoin e o Ethereum não estão regulados, este tipo de investimentos apresentam uma volatilidade muito acima do normal quando comparados com a volatilidade de uma acção.
Muitos investidores continuam a acreditar no Ethereum e no Bitcoin. O mass media também acredita fortamente na valorização desta classe de ativos, e todos dizem que estas moedas vieram para ficar. Mas será mesmo assim? Então e o Euro e o Dólar? Então e o nosso futuro com estas moedas? Muitas questões continuam no ar e, como não é possível avaliar o Bitcoin da mesma forma que se avaliam empresas ou títulos de vida, continua-se a desconhecer qual é o preço justo destas moedas.

Especulação com as Criptomoedas

Basta consultar qualquer fórum sobre estas moedas para ver a quantidade de especuladores que, numa base diária, perguntam qual é a melhor moeda para investir. A ganância está a conquistar o sentimento de mercado, e em momentos de ganância significam momentos de medo para os investidores cientes do que estão a fazer. Por enquanto o preço vai subindo, e os investidores continuam bastante felizes com os ganhos que vão tendo, mas é uma incógnita até onde é que isto vai durar.
O Bitcoin já ultrapassou uma capitalização de mercado superior a $100 mil milhões de dólares em Junho, como podem ver aqui. Nesse mesmo mês o Ethereum já caiu mais de 20%, com alguns especuladores a saírem com perdas de capital elevadas. Mesmo assim é uma incógnita o real valor e o futuro destas moedas. Até descobrirmos um método de avaliação inovador, qualquer investimento será pura especulação.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Degiro e Dividendos Portugueses

Há mais de dois anos apresentei a DeGiro aos meus leitores. Uma plataforma de investimentos Low-cost totalmente inovadora para o nosso mercado. Com ordens a custarem 10 vezes menos o que se paga noutros brokers, acredito que muitos investidores se renderam à DeGiro. Podem ler a minha apresentação aqui e registarem-se na DeGiro aqui.

Mas nem tudo é um mar de rosas e, como as acções Portuguesas têm dividendos muito atractivos para os investidores, a DeGiro pode não ser ideal para a nossa carteira. Infelizmente esta informação que vos vou dar não está disponível no website, apesar do investidor ter de estar atento ao facto da DeGiro ser um broker Holandês e não Português.

Como todos os investidores sabem, os dividendos de acções são taxados a uma taxa de 28%. Não é, de todo, uma taxa atractiva para os investidor mas a realidade é que todos temos de a pagar. Mas na Holanda os dividendos Portugueses são taxados a uma taxa mais alta.
A imagem em cima é retirada da minha área pessoal da DeGiro. Podem ver que recebi no dia 19 de Maio 9,60€ em dividendos dos CTT e fui taxado em 3,30€. Então mas 28%*9,60€ não dá 3,30€!
É verdade, e após enviar um e-mail para a DeGiro fui informado que os dividendos Portugueses são taxados na Holanda a uma taxa de 35%. Muito mais do que os 28% taxados em Portugal.
Como a DeGiro é apenas um broker que trata das transações e não presta qualquer tipo de apoio adicional, fui aconselhado a consultar a Autoridade Tributária ou um profissional. A imagem em baixo tem essa mesma informação em inglês.
Neste momento ainda não tenho conhecimento da possibilidade de eliminar esta taxa superior cobrada aos investidores Holandeses. Mas, convém informar os leitores de que a DeGiro não cobra esta taxa superior porque quer, mas sim dado que é a taxa que o governo Português lhes obriga a cobrar aos clientes. Assim que eu obtiver novidades sobre este assunto, irei atualizar este artigo.

Notas Finais

Apesar da DeGiro continuar a ser interessante para mim, a sobretaxa nos dividendos pode apresentar custos mais elevados no longo prazo. O investidor tem de fazer contas e averiguar onde tem custos inferior por ter acções em carteira. Esta sobretaxa apenas é cobrada na DeGiro, não sendo cobrada nos brokers e bancos Portugueses.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A Próxima Catástrofe Económica não vai Arrasar com a Bolsa

O título é bastante ousado, mas acho que este artigo merece isso mesmo.
Hoje vamos falar sobre a bolsa e as catástrofes económicas. O que acham que é uma catástrofe económica?

Notícias Atuais

Os media adoram notícias sobre economia. O sensacionalismo reina dentro de alguns media com notícias que podem causar o pânico na população. Vamos lá ver alguns exemplos:
Apesar de Le Pen realmente não ter ganho, é verdade que Trumo ganhou as eleições e que o Brexit está neste momento a acontecer enquanto lemos este artigo. Mas, o que aconteceu ao mercado?

Reacções do Mercado


Supostamente o pânico com a vitória de Trump iria fazer com que o mercado tivesse um crash e entrássemos de novo numa crise económica. No entanto, todos podemos ver que isso não aconteceu. O mercado nem sequer caiu no dia em que Trump ganhou as eleições.

O artigo faz ainda referência a quem tenta prever preços futuros, dizendo que isso não a estratégia mais correta para investir.

A realidade é que a presidência do Trump não alterou o ritmo de subida do S&P500. Desde que o Trump foi eleito como presidente dos EUA, o índice subiu mais de 12%.





Desde que o referendo do UK decidiu a favor de sair da União Europeia, a realidade é que o par cambial GBPUSD está a recuperar lentamente à medida que o pó da incerteza assenta.

Os economistas previram que a taxa de desemprego no UK iria subir consideravelmente, mas o que aconteceu realmente?

As estatísticas previram mais uma vez o oposto. O UK continua com uma tendência de descida no desemprego. O artigo refere ainda que o vencimento dos trabalhadores continua estável, em vez de subir.


Tudo isto serve para mostrar que os investidores não devem olhar para as notícias sensacionalistas. Os economistas tentam prever os dados, mas esses dados não passam de previsões. Todos os investidores já leram o aviso a indicar que "rendimentos passados não são garantia de rendimentos futuros." O mesmo se passa neste caso, em que acontecimentos no passado não dão garantia que o mesmo vá acontecer no futuro.

Notas Finais

Termino com uma citação de Warren Buffett: "No século XX os EUA enfrentaram duas guerras mundiais e outros conflitos mundiais. Para além disso enfrentaram também mais de uma dúzia de crises, quedas acentuadas nas bolsas, crises no petróleo, uma epidemia gripal e uma demissão de um péssimo presidente. Ainda assim o DOW subiu de 66 para 11497."

Esta citação serve para indicar que o mercado irá sempre subir, no longo prazo. Cabe-nos a nós ignorar notícias sensacionalistas e continuar com a nossa estratégia sem estarmos dependentes de eventos macroeconómicos.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Quem Poupa Mais - Os Americanos ou os Europeus?

Um artigo de Janeiro de 2017 do Market Watch falava sobre as capacidades de poupança dos Americanos e dos Europeus. O artigo não só fala que os Americanos são maus a poupar dinheiro, mas ainda refere que os Europeus estão numa situação bastante pior.
Para além disso, o artigo refere-se a um gráfico feito pelo banco Alemão:

O estudo culpa as baixas taxas de juro dos depósitos a prazo. Com uma taxa de juro tão baixa os aforradores não vêm vantagens em poupar para receber tão pouco. Aparentemente a descida das taxas de juro cumpriu um dos objetivos do BCE, o de promover o consumo em vez da poupança.

No entanto, apesar destes gastos estarem a fomentar a economia, isto pode trazer consequências mais à frente. A poupança é essencial para fazer face a problemas futuros, como desemprego ou gastos não previstos (despesas médicas, sinistro automóvel, entre outros).

Problemas com o Estudo

No entanto o estudo apresenta diversos problemas. Não só apenas se baseia numa questão vaga (não refere valores e a amostra é muito pequena), como também não refere o facto de poupar nos EUA ser muito mais importante que poupar na Europa.
Na Europa teremos sempre um rendimento garantido quando nos reformarmos. Apesar de não ser um valor muito elevado, podemos sempre complementar com uma eventual poupança que tenhamos feito durante a sua vida. Já nos EUA a poupança é a maior fonte de rendimento quando se entra na idade da reforma. Infelizmente os cidadãos dos EUA estão muito mais dependentes da sua poupança do que nós Europeus.
Mas, e cá em Portugal? Poupamos muito ou pouco?
Felizmente o website da Pordata tem estatísticas referentes à poupança das famílias. Desde que o Euro entrou em circulação, o nosso país tem conseguido níveis de poupança bastante interessantes. Infelizmente, com a crise económica e a entrada do FMI em Portugal no ano de 2011, todos sabemos as famosas reformas ruinosas que foram feitas no nosso país. A elevada carga fiscal sobre as famílias fez com que os rendimentos deixassem de conseguir fazer face às despesas.
Portugal ficou cheio dos chamados "novos pobres". As famílias recebiam ordenados mas não conseguiam pagar os empréstimos à habitação e automóvel. O efeito bola de neve causou efeitos nefastos na média da poupança das famílias, como podem ver pelo gráfico em cima.
Para além disso, podemos ver que Portugal está a aproveitar as baixas taxas de juro para consumir em vez de poupar para o futuro. A nossa economia está a crescer, mas os resultados futuros ainda estarão para vir.

Notas Finais

Poupar é bastante importante quando estamos a fazer investimentos. Os reforços na nossa carteira de investimentos poderão trazer frutos muito interessantes nas nossas vidas futuras. A realidade é que, ao pouparmos, estamos também a investir num consumo futuro.