quinta-feira, 1 de março de 2018

A Revolução nos Restaurantes Americanos

Durante muitos anos os restaurantes Americanos confiaram no sistema dar gorjetas para pagarem aos seus empregados de mesa. Infelizmente este sistema traz muitos problemas para vários intervenientes. Desde os problemas na avaliação da gorjeta aos desníveis de rendimentos entre cozinheiros e empregados de mesa, será que a poupança que o dono consegue compensa tudo isto?

O programa Adam Ruins Everything já abordou este problema.

Apesar de dar gorjeta ser algo que está muito assente na America, os seus antepassados consideravam a gorjeta como uma forma de corrupção. A premissa da proporcionalidade entre a percentagem da gorjeta ser maior com um bom serviço também já foi arrasada, por um estudo em 2001. Pior que isso é um estudo que conseguiu encontrar racismo nas gorjetas. O estudo concluiu que os empregados de mesa brancos ganhavam mais que os de outras raças.

Com isto em mente, a adicionar ao facto do ordenado mínimo estar a aumentar em vários estados dos EUA, os restaurantes estão a eliminar a possibilidade dos clientes darem gorjeta. Está a ser uma revolução por todo o país, onde podemos verificar uma mudança de mentalidades entre os trabalhadores, os donos dos restaurantes e os clientes. Já existem vários restaurantes que estão a pagar um ordenado decente aos seus empregados, pondo um aumento proporcional no preço da comida.
O Washington Post até dedicou um video para abordar o assunto, que eu aconselho a verem.

As reacções não podiam ser melhores. Os clientes já não têm que lidar a fazer contas, os empregados já não estão dependentes do movimento do restaurante para terem um rendimento interessante e os cozinheiros deixam de sentir-se abandonados.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Análise do Livro - Midas Touch


Hoje é o dia de falar sobre o livro "Midas Touch - Why Some Entrepreneurs Get Rich-And Why Most Don't." Apesar deste livro não falar sobre investimento, é um livro que supostamente nos ajuda no empreendedorismo. Começamos mal pois o livro começa a falar sobre os dedos das mãos, e a utilizar isso como analogia para a nossa maneira de estar para os negócios.

No meio de algumas lições valiosas, existem outras que simplesmente nem vale a pena falar. Ou melhor, podemos falar nelas de tão más que são.
Have you ever noticed that people who lack the power of focus often lack direction too? They wander, going from one thing to another. To make matters worse, in the world of investing, many so called financial experts recommend people diversify their investment portfolio than focus on high-performance assets. This is why many investor portfolios fail to deliver high returns or are wiped out in a market crash. Again, they lack focus". This is plain wrong and this book should not be published because of this. Someone might follow this advice, with terrible consequences.
Para quem conhece o meu blog, em quase todos os posts falo sobre a importância de diversificarmos o nosso investimento para não sofrermos perdas elevadas. Mas os disparates não ficam nesta frase, olhem aqui:
After my presentation, I can't recall exactly how long it took, but GE finally called me. This was a GE power group (...). They decided to go with my proposal. I was chosen. Focus paid off again.
O autor comete uma falácia onde diz que graças ao seu poder de se focar nas apresentações, conseguiu mais um negócio, no entanto não falou com a GE para saber o que acharam da sua apresentação.

Mas, apesar disso, o livro até aborda questões muito interessantes. O livro indica que temos de cometer erros para aprendermos a gerir melhor o nosso negócio. Os parceiros de negócios também são bastante importantes para garantir que o negócio vai ter futuro, assim como na importância da colaboração nos negócios. O autor até dá o exemplo das salas de aula que nos ensinam a competir em vez de colaborarmos todos para um resultado comum melhor. A McDonald's é uma empresa que é abordada no livro, para ensinar a importância de criarmos um negócio eficiente em todo o processo produtivo e, a Coca-cola foi a última empresa a ser abordada para falar na importância da marca para o negócio.

Não quero estar aqui a falar muito sobre o livro, senão colocava aqui o livro completo. Se ignorarmos os disparates, o livro consegue dar dicas muito úteis no empreendedorismo, temos é de saber filtrar as dicas boas das dicas más.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Análise do Livro - One Up on Wall Street


Comecei uma nova rubrica no meu blogue. Estava na altura de partilhar com os meus leitores os livros que ando a ler para melhorar os meus investimentos. Hoje é o dia de falar sobre o livro "One Up on Wall Street" de Peter Lynch.

Peter Lynch foi um dos melhores investidores da história do Wall Street. Durante a gestão de um fundo de investimento conseguiu obter um retorno anualizado de 29,2%. Nesse mesmo período o mercado apenas rendeu 13,4%, muito abaixo do retorno do fundo.
O livro é muito interessante, já que aborda o facto de nós, como consumidores, conseguirmos detetar novas empresas cotadas em bolsa com muita qualidade, através da nossa experiência como clientes. Quando o analista vir que esta acção poderá ser muito interessante, nós já estamos com a cotada na carteira há muito tempo.

O autor faz muitos avisos contra os analistas. Ele incentiva os leitores a fazerem a sua própria análise e descobrir empresas cotadas que entendam e acreditem. Também são feitas criticas relativamente ao facto dos investidores tentarem prever a economia, dado que é uma previsão muito difícil de fazer.
Depois das pesquisas feitas, os investidores deverão ponderar como é que a empresa se compara com empresas do mesmo sector, assim como indicadores económicos favoráveis (como o rácio de Price Earnings).

O autor do livro não odeia de todos os analistas, e até gosta dos seus conselhos. Quando os analistas ou os mass media indicam que a cotada em carteira está a ter um desempenho espectacular, é a altura certa para pensar seriamente em vender a cotada. Deveremos ponderar a opinião dos analistas, mas deveremos fazer o oposto do que eles indicam. Quando um sector é considerado aborrecido ou morto, é a altura certa para investir nesse sector. Esta forma de tratar o mercado funciona ainda melhor quando os preços baixam, trazendo as cotadas para preços de saldo.

Recomendo este livro a todos os investidores que queiram investir individualmente em acções. Apesar do investimento ativo estar condenado, continua a ser possível obtermos um retorno acima da média do mercado.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

O que é o Fundo de Garantia de Depósitos?

Quando um investidor faz um depósito a prazo, quer seja ao balcão ou online, tem de concordar com as informações da Ficha de Informação Normalizada. A Ficha de Informação Normalizada é uma ficha padrão, disponibilizada pelo banco de portugal, para todos os depósitos a prazo (entre outras coisas). Nela, os investidor podem consultar prazos, comissões, mínimos de constituição e, claro, o Fundo de Garantia de Depósitos.
O Fundo de Garantia de Depósitos está presente em todos os depósitos a prazo ou à ordem que um cliente tenha, até ao limite de 100000€. Este fundo serve para cobrir possíveis problemas financeiros que os bancos possam vir a ter. Até existe um website dedicado a isso e tudo!

Quando o Banco Privado Português, o BANIF, o Banco Popular, o Banco Português de Negócios e o Banco Espírito Santo faliram, o Fundo de Garantia de Depósitos serviu para pagar todos os depósitos que os cliente tinham, até 100000€. Apenas os grandes clientes, ou os clientes que subscreveram produtos fora da cobertura deste fundo é que ficaram sem parte do capital inicialmente investido.
Uma rápida consulta do último relatório e contas (neste caso é de 2015) indica o valor total de depósitos à ordem e a prazo que os clientes têm nas instituições Portuguesas. A diferença dos depósitos elegíveis para o montante coberto corresponde ao valor não coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos, uma vez que ultrapassa os 100000€.

O fundo tem dinheiro suficiente?

A resposta certa é: depende.
Em 2015 o Fundo de Garantia de Depósitos tinha em sua posse 1550,3 milhões de euros. Ou seja, pouco mais de 1,2% das necessidades necessárias possíveis, no pior cenário possível. Se amanhã todos os bancos falissem, o Fundo de Garantia de Depósitos não iria conseguir sustentar as necessidades financeiras de todos os clientes. Mas, mesmo que esse cenário impossível aconteça, temos de pensar que o governo deverá injetar dinheiro no Fundo para que ninguém fique sem as suas poupanças.